Estudo: Coronavac aumenta em 70% a produção de anticorpos em imunossuprimidos
À CNN, Eloísa Bonfá, a diretora clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que conduziu a pesquisa, disse que resultado é boa notícia
Um estudo conduzido pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e publicado na revista científica Nature apontou um aumento de 70% na produção de anticorpos contra a Covid-19 em pacientes imunossuprimidos.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (6), a diretora clínica do HC, Eloísa Bonfá, explicou que a motivação da pesquisa aconteceu justamente porque os pacientes reumatológicos – como os que têm artrite e lúpus – poderiam ter problemas para gerar resposta imunológica após a vacina.
“Temos uma boa notícia, 70% dos pacientes que participaram do estudo fizeram a soroconversão, ou seja, produziram anticorpos contra a Covid”, disse.
Ela destaca que o número é menor do que para indivíduos saudáveis, que gira em torno de 95,5%, mas ainda assim é significativo e que a vacina se provou “altamente segura.”
Foram avaliados 910 pacientes, com 8 doenças reumatológicas diferentes.
Segundo Eloísa, todos eles foram acompanhados por 80 dias.Nos primeiros 40, foram 33 casos de Covid-19. Já nos últimos 40 dias, foram apenas 6 casos.
“Esse período, que foi justamente quando teve aumento de 45% de casos em São Paulo, mostrou que a vacina foi eficiente para esse grupo.”
A preocupação, agora, é com a medicação para os imunossuprimidos. Isso porque, de acordo com a diretora, há drogas que estão associadas a uma redução da resposta imunológica.
“Estamos finalizando um outro trabalho, que avalia a estratégia de parar a medicação por uma ou duas semanas, a mesma coisa na segunda dose, isso daria condições para o organismo assimilar a vacina, a preocupação é se o paciente entraria em atividade da doença sem a medicação e isto está sendo estudado”, contou.
Uma outra estratégia que também será testada é uma terceira dose para essa população imunossuprimida.