Autoridades públicas não podem anunciar 3ª dose sem dados, afirma médica
Ministério da Saúde realizará um estudo para avaliar a necessidade de uma terceira dose para quem recebeu a Coronavac
O Ministério da Saúde anunciou que vai realizar um estudo em parceria com a Universidade de Oxford para avaliar a necessidade de uma terceira dose para as pessoas que receberam a vacina Coronavac.
À CNN, Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirmou que as autoridades deveriam ter mais responsabilidade ao anunciar a possibilidade de alteração do Plano Nacional de Imunização, uma vez que ainda não há dados suficientes que indiquem a necessidade de aplicação de uma terceira dose.
“O estudo é bem-vindo e necessário, [porque] temos dados de fase 3, dados de fase 4, que é a aplicação em massa, e algumas perguntas ainda precisam ser respondidas com novos estudos. Os novos estudos que nós temos não é só para a Coronavac, também existem estudos no mundo com a possibilidade necessidade de reforços e terceiras doses, [e para saber] quanto tempo a vacina protege. Isso faz parte”, esclareceu Ballalai.
Ela acrescentou: “O que me preocupa é a forma com que isso está sendo colocado pelas autoridades públicas porque não se pode anunciar que vai fazer uma terceira dose ou um reforço sem antes ter dados.”
Ballalai reforçou ainda que as vacinas são fundamentais para diminuir a propagação do vírus e evitar casos graves da doença. “O impacto que vemos, com todas as vacinas, inclusive com a Coronavac no Brasil e no mundo, é com os leitos de UTIs vazios em boa parte do país, com o número de casos reduzindo e principalmente o número de mortes reduzido absurdamente.”