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    ‘Não há prejuízo ao estado’, diz Saúde sobre distribuição de doses em SP

    Governo do estado de São Paulo emitiu nota afirmando que declaração do Ministério da Saúde é "mentirosa"

    Anna Gabriela Costa, da CNN, em São Paulo

    Em coletiva de imprensa concedida na noite desta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde afirmou que o estado de São Paulo não é prejudicado na distribuição de doses de vacinas contra a Covid-19. O esclarecimento foi feito após o governador de São Paulo, João Doria, afirmar que 228 mil doses da Pfizer deixaram de ser entregues nesta terça-feira (3).

    “Com relação ao caso específico do estado de São Paulo, a gente vem informar que não há prejuízo ao estado; hoje já avançamos no grupo prioritário e por idade, e há uma vontade de se regularizar as pautas para que a gente tenha uma imunização equânime nos municípios e nos estados. Vai se avançar de forma equânime”, disse Rodrigo Cruz, secretário executivo do Ministério da Saúde.

    O secretário explicou ainda de que forma é feita a distribuição de vacinas, e reiterou que a pauta é discutida entre as autoridades de Saúde do governo federal, estados e municípios. 

    “Nenhuma unidade da federação é prejudicada no processo de distribuição das doses. Depois do processo [de análise de qualidade das vacinas] fechamos a pauta de distribuição, essa pauta não é feita unilateralmente pelo Ministério da Saúde, ela é feita com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselhos Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), é uma pauta proposta e compactuada pela três entidades: governo federal, governo estadual e governo municipal”, afirmou Cruz. 

    “Compensações” para não prejudicar estados

    A secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou em coletiva que os estados de São Paulo e Rio de Janeiro podem “retirar” as vacinas diretamente com o Instituto Butantan e a Fiocruz, respectivamente. Com isso, cabe a pasta da Saúde fazer “compensações” para que nenhum estado seja prejudicado.

    “O que ocorreu com o estado de São Paulo, com determinados imunizantes, é que também já foi pactuado isso entre nós e o Rio de Janeiro, o fato de o Butantan ser localizado em São Paulo eles podem retirar o imunizante direto lá, assim como o Rio de Janeiro também faz com as da Astrazeneca”, disse. 

    “Muitas vezes, por uma falha de comunicação pode se retirar um quantitativo a mais, e por conta da equidade a gente acaba fazendo umas compensações e pode ser que não entenda, mas estamos sempre abertos para responder às dúvidas”, acrescentou Rosana.

    Segundo a secretária, São Paulo “devia estar recebendo 620 mil doses, e eles retiraram 678 mil doses”, disse. “Então a gente faz uma compensação para não prejudicar nenhum estado”, acrescentou. 

    Em nota, o governo de São Paulo afirmou, após a coletiva do Ministério da Saúde, que “está sendo penalizado pela pasta pelo sucesso da sua campanha de vacinação”.

    “É mentirosa a afirmação da secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, que o Estado de SP ficou com mais doses da vacina do Butantan conforme afirmado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje. O Governo do Estado de São Paulo reitera que está sendo penalizado pelo Ministério da Saúde pelo sucesso da sua campanha de vacinação, que enviou somente 50% das doses previstas para vacinar a sua população de maneira deliberada”.

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