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    Ministério da Saúde vai testar terceira dose das vacinas contra a Covid-19

    Anúncio foi feito pelo ministro Marcelo Queiroga nesta quarta-feira (28)

    Natália André, de Brasília, Tainá Falcão e Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo

     O Ministério da Saúde realizará um estudo em parceria com a Universidade de Oxford para avaliar a necessidade de aplicação de uma terceira dose em pessoas que já receberam duas doses da Coronavac.

    A pesquisa vai analisar os resultados da dose de reforço utilizando as vacinas disponíveis contra a Covid-19. A informação foi anunciada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira (28). O foco será a Coronavac, do Instituto Butantan, que já tem estudos que mostram que a proteção começa a cair com 6 meses depois das duas doses. Além disso, a imunização cruzada também será avaliada.

    “Temos que fazer pesquisas para ter respostas para conduzir o nosso PNI [Programa Nacional de Imunizações]. O presidente Bolsonaro tem afirmado isso desde sempre, fazer pesquisas não só com vacinas, mas com perspectivas terapêuticas, e que as decisões sejam tomadas com base na ciência”, disse Queiroga que, na semana passada, perguntado sobre a terceira dose, era contra. O foco, até então, era incentivar a vacinação com as duas doses.

    A pesquisadora Sue Ann Clemens, professora da Universidade de Oxford, responsável pelo estudo, também conversou com os jornalistas. “Vamos comparar os diferentes braços. Qual a vacina que dá o melhor reforço em relação ao título de anticorpos”, explicou Clemens. “A ideia é que possamos gerar dados para que o Ministério da Saúde possa estar implementando uma nova estratégia de vacinação, caso seja necessária, ainda no final deste ano”, disse.

    Os estudos começarão em duas semanas em dois centros, um na cidade de São Paulo (SP) e outro em Salvador (BA). Serão testados quatro grupos de 300 pessoas entre 18 e 59 anos e também pessoas com mais de 60 anos. Dentro dos grupos, os voluntários já deverão ter recebido as duas doses da Coronavac há 6 meses. Um grupo receberá a própria Coronavac; o segundo, a Janssen; o terceiro, a Pfizer; e o quarto, a AstraZeneca.

    Profissional com vacina contra a Covid-19
    Profissional com vacina contra a Covid-19
    Foto: MAURO AKIIN NASSOR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

    Lado do Butantan

    Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, produtor da Coronavac no Brasil, disse que o Ministério da Saúde não o consultou porque é uma iniciativa exclusiva da pasta. Mas o Instituto também fará seus estudos de reforço anual ou de terceira dose com outras vacinas. Eles contemplarão a Coronavac. “A vacinação anual será necessária, na minha opinião, enquanto tivermos o vírus circulando”, disse Dimas Covas.

    Esses estudos também devem começar em agosto. O Butantan entende que por testar uma terceira dose de outro imunizante, que não o mesmo das duas doses que os voluntários receberam, deve ser chamada de dose adicional.

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