Estudo avalia usar aspirina no tratamento do câncer de mama; médico explica
No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes falou sobre pesquisa para tratar doença que atingiu 2,3 milhões de pessoas no mundo em 2020
Na edição desta sexta-feira (20) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre um novo estudo para o tratamento do câncer de mama.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse tipo de câncer se tornou o mais comum no ano passado. Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a doença em 2020 em todo o mundo.
Agora, aparece uma nova possibilidade de tratamento. Um estudo no Reino Unido vai avaliar os efeitos da aspirina em pessoas que enfrentam forma grave do câncer de mama. A ideia é usar o remédio combinado com imunoterapia e verificar os resultados.
Já existe um levantamento feito pela universidade no País de Gales sobre o assunto. Essa pesquisa mostrou que pacientes que tomaram aspirina por outras razões viveram mais tempo com diferentes tipos de câncer do que aqueles que não tomaram o remédio.
Fernando Gomes lembrou que cânceres são formados por células que tiveram alguma alteração no seu material genético e, por isso, se dividem de forma anormal. Para o câncer de mama, o tratamento tradicional envolve cirurgia com biópsia, que é a análise do tecido afetado, e radioterapia na região.
“Do ponto de vista sistêmico, entendendo que pedaços e células tumorais podem migrar para outros órgãos, é feito a quimioterapia, hormonoterapia e terapia biológica — de alguma forma, se incita o sistema imunológico para combater as células alteradas”, explicou o médico sobre o tratamento feito com quimioterapia após a cirurgia de retirada do tumor.
“O que esse estudo traz de novo é uma força adicional possível para que a imunoterapia faça efeito. Lembrando que os tipos de cânceres mais agressivos carecem de receptores que naturalmente essas células têm e o o que vai acontecer é que a aspirina será um potencializador do imunoterápico para combater esse tipo de câncer”, disse Gomes.
(*Com informações de Raphael Florêncio, da CNN, em São Paulo)