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    Brasil segue com queda nas taxas de internações e óbito, com exceção do Rio

    Estudo da Fiocruz analisou dados das últimas oito semanas

    Enfermeira mostra vacina contra a Covid-19 para mulher no Rio de Janeiro
    Enfermeira mostra vacina contra a Covid-19 para mulher no Rio de Janeiro Foto: Mario Tama/Getty Images

    Camille Couto e Helena Vieira, da CNN, no Rio de Janeiro

     Com exceção do estado do Rio de Janeiro, o Brasil apresentou uma redução do número de casos, internações e óbitos, segundo a Fiocruz. Os dados foram observados no Boletim do Observatório Covid, que monitorou por oito semanas consecutivas as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS).  

     

    A taxa de mortalidade geral do Brasil diminuiu 0,9% ao dia, enquanto a taxa de incidência de casos de Covid-19 foi reduzida em 1,5% por dia. As maiores taxas de incidência foram observadas nos estados do Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás e no Distrito Federal), Sul (Paraná e Santa Catarina) e alguns estados do Norte (Roraima e Tocantins). As maiores taxas de mortalidade foram verificadas também em estados do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás), além do Paraná, Rio de Janeiro e Roraima. 

    Houve uma queda da incidência e mortalidade por Covid-19 em todos os estados, com exceção do Rio de Janeiro, que sofreu alta abrupta no número de casos e voltou ao patamar de internações de 70%, o que não ocorria desde julho.  

    Novamente as internações hospitalares, internações em UTI e óbitos voltaram a se concentrar na população idosa, que apresenta maior vulnerabilidade dentre os grupos por faixas etárias. A mediana de internações, ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos, foi de 66 anos e 56 anos. Já os casos de óbito atingiram os idosos de 73 e 70 anos, respectivamente.  

    Para os pesquisadores, o estudo aponta ainda duas tendências preocupantes.  A circulação do vírus ainda permanece em alta, de acordo com os testes (RT-PCR) positivos, e a variante Delta se encontra em vários municípios, com potencial de se disseminar. No RJ, além dos vários casos identificados da variante, houve também um aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), assim como no Rio Grande do Norte, Bahia e Paraná.  Cerca de 98% dos casos com confirmação positiva são por infecção do vírus Sars-CoV-2. 

    “Além da variante Delta, a retomada de crescimento de casos é reflexo de dois processos simultâneos. Sete meses após a aplicação da primeira vacina no país, entre a população adulta (18 anos ou mais), somente 32,2 % recebeu o esquema vacinal completo; 41,2% receberam a primeira dose, mas ainda precisa receber a segunda; e, quase 30% da população de pelo menos 18 anos ainda não foram vacinadas. Há um progresso lento da cobertura vacinal”, afirmam.  

    Diante deste quadro, os pesquisadores da Fiocruz alertam sobre a importância de adaptar os serviços de saúde para a nova fase da pandemia no país, intensificando as ações de vigilância, testagem e rastreamento de contatos. É fundamental ainda reforçar ações de atenção primária à saúde, capazes de identificar casos que necessitem de cuidados intensivos, o que possibilita também a interrupção das cadeias de transmissão.  

    A CNN procurou a secretaria estadual de saúde do Rio de Janeiro para saber a que se deve o aumento no número de casos e internações. Segundo a SES, os leitos que estavam destinados à covid estão sendo revertidos para outros fins, pois estavam ociosos. Com isso, eles passam a constar como ocupados, mas, não necessariamente, por pacientes de covid.  

    Em relação ao número de casos, a secretaria admite que estão crescendo, mas que a maior parte deles são leves, que não evoluem para internação. Eles atribuem esse fato à vacinação. O estado atingiu hoje a marca de 70% da população vacinada com a primeira dose.