Variante Delta está presente em quase metade das amostras analisadas no Rio
Secretária Municipal de Saúde entende que capital fluminense enfrenta uma combinação 'bastante perigosa'
A variante Delta está presente em 45% das amostras de pacientes com Covid-19 sequenciadas na cidade do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (4), pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Nesta quarta-feira, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, sinalizou que esse era um resultado já esperado pela pasta, devido às características da variante. “Nos mais de cem países onde essa variante entrou, ela se tornou predominante. Ela tem uma capacidade de transmissão muito maior. Então já esperávamos que isso poderia acontecer. A gente olha esse número agora com bastante cautela e preocupação”, afirma.
O secretário apontou ainda que as baixas temperaturas registradas na cidade com a chegada do inverno, que trouxe massas de ar frio, criaram uma condição favorável para a proliferação da linhagem. Por isto, a população precisa reforçar as medidas protetivas e respeitar o calendário de vacinação.
“O coronavírus é uma doença predominante do inverno. No inverno, o número de casos normalmente já iria aumentar. A gente agora ainda tem a Delta. É importante que a gente mantenha o calendário de vacinação acelerado, que as pessoas elegíveis venham se vacinar na data correta e continuem a utilizar máscaras, abrir janelas de transporte público sempre que possível, abrir a janela do carro, evitar ficar em ambientes fechados porque são mais propícios à disseminação da Covid-19. Naturalmente temos uma combinação bastante perigosa que é o inverno e a nova variante”, reforçou.
Na capital fluminense, cerca de 55 mil pessoas não voltaram para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19, de acordo com dados da SMS. E os principais motivos são esquecimento, sintomas de gripe e receio de efeitos adversos. Soranz reafirma a importância de se completar o esquema vacinal e garante que efeitos colaterais da vacina são raros.
O aumento da presença da variante Delta também foi percebido em todo o estado: um aumento de mais de 60% em 15 dias. Agora, ela está presente em cerca de um quarto das amostras coletadas, em pelo menos 38 dos 92 municípios do Rio de Janeiro. Se os números foram comparados com a análise anterior, o aumento foi de 62%. Números que colocam o Rio em primeiro lugar entre os estados com incidência da linhagem.
A variante Gama, originária de Manaus, segue prevalente no estado. No entanto, as autoridades de saúde já esperam a mudança desse cenário. Em nota, a SES afirmou que “a variante Delta está em circulação no estado do Rio de Janeiro, com tendência de aumento e conversão para se tornar a mais frequente, substituindo a variante Gama”.
