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    Com Maia, Doria busca articulação política e proximidade com mercado financeiro

    Quando foi presidente da Câmara, o deputado fluminense deu ênfase a uma série de medidas e propostas bem-vistas do ponto de vista fiscal e da agenda de reformas

    Iuri Pittada CNN

    A entrada de Rodrigo Maia (sem partido-RJ) no governo João Doria (PSDB) busca reforçar não só a articulação política do tucano fora do estado de São Paulo, mas também o diálogo com setores econômicos, em especial o mercado financeiro, dentro do projeto presidencial do governador.

    Quando foi presidente da Câmara, o deputado fluminense deu ênfase a uma série de medidas e propostas bem-vistas do ponto de vista fiscal e da agenda de reformas.

    Ao anunciar Maia como secretário de Projetos e Ações Estratégicas, a gestão Doria destacou as reformas aprovadas sob seu comando na Câmara e a capacidade do deputado para “dialogar com governos, sociedade civil e setor produtivo”, além da defesa da democracia e das instituições. No governo paulista, o parlamentar responderá por parcerias público-privadas e concessões.

    Embora tenha canais diretos de interlocução com o mercado, o nome de Doria é visto com certo ceticismo em uma eventual disputa presidencial, e Maia serviria também como um embaixador dos compromissos do tucano com uma agenda econômica liberal e aderente à visão do mercado financeiro.

    Dentre os nomes cotados como uma potencial terceira via que seja capaz de romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), defendido pelo ex-ministro Gilberto Kassab (PSD), têm sido os mais considerados na Faria Lima.

    Ao anunciar o ex-presidente da Câmara na equipe e obter o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nas prévias do PSDB, o governador paulista busca mostrar competitividade dentro e fora do partido. Na articulação política, Maia dividirá a responsabilidade com o ex-ministro Antonio Imbassahy, atual chefe do escritório do governo de São Paulo em Brasília.

    Há 10 dias Maia já havia se reunido num almoço em São Paulo, com o vice-governador Rodrigo Garcia e com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

    Entre tucanos

    No Palácio dos Bandeirantes, Maia terá um gabinete entre dois dos principais secretários de Doria: o titular da Casa Civil, Cauê Macris, e o de Governo, o vice-governador Rodrigo Garcia, ambos filiados ao PSDB. O primeiro é tucano de berço, filho do também deputado Vanderlei Macris, e o segundo trocou recentemente o DEM para ingressar na sigla.

    A nomeação de Maia como secretário – cuja posse ainda não tem data marcada – não envolve a filiação ao PSDB, mas integrantes da equipe de Doria vão tentar usar essa proximidade para tentar convencer o ex-presidente da Câmara, que está sem partido desde junho.

    João Doria e Rodrigo Maia
    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil