Com veto ao fundão, centrão defenderá retorno da doação de empresas às campanhas
Financiamento privado faz parte do pacote de propostas eleitorais que o Congresso precisa aprovar até outubro para valer em 2022
Se o governo confirmar o veto de R$ 6 bilhões ao fundão eleitoral, líderes do centrão afirmam que irão se dedicar ao retorno da doação de empresas às campanhas eleitorais, que deixou de existir em 2015, após decisão do Supremo Tribunal Federal.
Esse tipo de financiamento privado faz parte do pacote de propostas eleitorais que o Congresso precisa aprovar até outubro para ocorrer a implementação a partir das eleições de 2022.
Em 2017, na votação da minirreforma eleitoral, o Congresso confirmou o fim do financiamento de empresas nas eleições, resgardadas as doações que são feitas diretamente pelos empresários, na condição de pessoas físicas. Ou seja, atualmente, além do financiamento público, o empresário pode doar, assim como outras pessoas físicas, mas a empresa não. O que se discute é o retorno da regra antiga em que o financiamento privado ocorre amplamente somado ao fundão, que reúne os recursos públicos.
A postura rápida do presidente de repudiar o tamanho do fundão e anunciar veto desagradou aliados. Para lideranças do centrão, Bolsonaro fez discurso para as redes sociais, distante da equação política que requer mais recursos para fazer campanha.
Classificado de “absurdo” pelo presidente Jair Bolsonaro, o tamanho do fundão está previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Bolsonaro afirma que haverá veto parcial. Antes da decisão, faz costuras com sua equipe política e econômica.