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    Saúde admite erro ao descontar de SP entrega de doses da vacina da Pfizer

    O Ministério da Saúde não havia admitido o erro desde que o governador de São Paulo, João Doria reclamou sobre o desfalque na entrega

    Natália André e Pedro Teixeira, da CNN, em Brasília

     

    A chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, afirma que pasta cometeu um equívoco ao descontar, de São Paulo, a entrega de vacinas da Pfizer após o estado ter retirado doses a mais da Coronavac com o Instituto Butantan.

    O Ministério da Saúde não havia admitido o erro desde que o governador de São Paulo, João Doria, reclamou, há duas semanas, que havia recebido apenas metade das doses da Pfizer, 228 mil.

    “Não foi acordado conosco, mas realmente se retirava causando, assim, iniquidade aos outros estados. (…) Nós queríamos que os estados recebessem e nós descontamos da Pfizer. Entendemos que cometemos esse equívoco e devolvemos essas 151 mil doses da Pfizer”, explicou a secretária.

    Sobre a questão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não acredita em “má-fé” do estado de São Paulo em ter retirado doses a mais da Coronavac, mas chamou de “fútil” o questionamento do governador João Doria.

    “Conhecendo o doutor Gorynchtein (secretário de Saúde do estado de SP) e até o Dimas Covas (diretor do Instituto Butantan), descarto qualquer tipo de má-fé. É apenas uma questão de divergência de entendimento. E o que a gente tá falando aqui são milhares de doses, quando, na verdade, nós já distribuímos 200 milhões de doses. Ou seja, todo esse questionamento é por um motivo fútil. Porque é um percentual ínfimo em relação ao que o governo federal já distribuiu. E o compromisso é com cada um dos 210 milhões de brasileiros”, concluiu Queiroga.

    Antes mesmo de convocar a Justiça, São Paulo havia conseguido as 151 mil doses da Pfizer com o Ministério da Saúde através de acordo. O estado reivindicou que deveria receber 228 mil doses e também seguir recebendo o quantitativo por tamanho populacional, de quase 23%. Com a negativa da pasta, São Paulo procurou o STF.

    Nessa terça-feira (17), ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o estado precisa receber todas as doses necessárias para se completar o esquema vacinal de quem já tomou a primeira dose, mas não correspondeu aos outros pedidos. 

    Revisão de metodologia

    O Ministério da Saúde também explicou, em coletiva de imprensa, que a metodologia de distribuição de doses não mudou. Desde as primeiras remessas, a lógica era o envio de doses para os tamanhos populacionais dentro dos 29 grupos prioritários e não só o tamanho populacional.

    Com o andamento da campanha, a pasta diz que foi “tirando fotografias” para entender as compensações necessárias para se conseguir equidade entre os estados.

    “No caso de São Paulo, por exemplo, que tem o maior tamanho populacional. Os jovens de 30 anos que são profissionais de saúde. Eles receberam a sua vacina lá atrás, no grupo prioritário de profissionais de saúde. Portanto, o MS precisou rever e balancear as distribuições”, detalhou o secretário-executivo Rodrigo Cruz.