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    Políticos reagem a declarações de Bolsonaro sobre processo contra juízes do STF

    Deputados e senadores da base governista e de oposição se manifestaram após presidente dizer que pedirá ação contra Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    Depois de o presidente Jair Bolsonaro publicar, neste sábado (14), mensagens em suas redes sociais nas quais diz que pedirá ao Senado a abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos que apoiam e fazem oposição ao presidente se manifestaram nas redes sociais.

    Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, usou sua conta no Twitter para criticar Bolsonaro e compará-lo ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.

    Jair Bolsonaro
    Bolsonaro na solenidade alusiva à Sanção da Lei de Capitalização da Eletrobras
    Foto: Foto: Alan Santos/PR

     

    “Assim atuam os populistas. Depois de eleitos, atacam as instituições democráticas e tentam destruir a democracia representativa e o Estado democrático. É, na verdade, um ditador igual a Chávez”, escreveu o deputado, atualmente sem partido.

    Membro da CPI da Pandemia, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-CE) afirmou que a proposta do presidente se trata de uma “cortina de fumaça” para esconder crimes.

    “Ministros do STF podem e devem ser investigados por fatos concretos, mas o tal pedido de impeachment que Bolsonaro pretende apresentar contra Barroso e Moraes é só + uma cortina de fumaça para tentar esconder o mar de crimes comuns e de responsabilidade que o próprio PR cometeu”, escreveu, no Twitter.

    Humberto Costa (PT-PE), também membro da CPI, afirmou que o presidente Bolsonaro se encontra “acuado por denúncias” e tenta intimidar a Justiça.

    “Cada vez  acuado por conta de uma série de denúncias contra o seu governo, Bolsonaro tenta mais uma vez intimidar a Justiça. A olhos vistos, o presidente avança no seu discurso autoritário. É preciso dar um basta de uma vez por todas nessa milícia golpista.”

    Já a líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), fez uma alusão ao fato de que também cabe ao Senado processar o presidente e o vice-presidente por crime de responsabilidade.

    “Presidente vai mesmo pedir ao Senado o impeachment de ministros do STF? Quem pede  pra bater no “Chico”, que mora no Inciso II, artigo 52, da CF, se esquece de que o “Francisco” habita o Inciso I, do mesmo endereço”, escreveu, no Twitter.

    Já o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usaram tom semelhante em suas reações e cobraram que Bolsonaro trabalhe ao invés de “ameaçar a Constituição”.

    “Quando não está protegendo ladrão de vacina, Bolsonaro está ameaçando a Constituição. Nem parece que é o presidente de um país com quase 570 mil mortos e 15 milhões de desempregados. Vai trabalhar, vagabundo!”, escreveu Freixo.

    “Bolsonaro, vá trabalhar! Ao invés de arroubos autoritários, que serão repelidos pela democracia, vá pegar no serviço! Estamos com 14 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos, preço absurdo da gasolina, da comida. E o povo continua morrendo de COVID-19! VAI TRABALHAR!”, disse Randolfe.

     Entre os apoiadores de Bolsonaro, o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) elogiou a iniciativa do presidente.

    “Aí sim, Presidente! Não é possível que senadores assistam e aceitem passivamente todos esses atos inconstitucionais e ataques às instituições e não façam nada. Parabéns por sua postura!”, escreveu.

    Compartilhando a mensagem do pai no Twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu que a base do pedido que o presidente apresentará ao Senado são “contínuas violações de liberdades como a de expressão”.

    Ele também incluiu uma cópia do artigo 52 da Constituição, citado nas mensagens do presidente, para ressaltar que cabe ao Senado “processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal”.

    Os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e do Turismo, Gilson Machado, também mostraram apoio ao presidente nas redes sociais

    Em entrevista no final da manhã deste sábado (14), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou sobre a declaração do presidente. “Isso é uma questão que faz parte da democracia. O presidente Bolsonaro trabalha fortemente para o fortalecimento da nação. Isso a gente percebe andando na rua, por exemplo. Eu sou alguém que ele escolheu para conduzir a saúde pública, e vocês são testemunhas de como nós andamos e somos bem recebidos pela população brasileira.”

    (Com informações de Cecília Alves, da CNN, em Brasília)

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