Secretários de Paes pedem licença para votar contra voto impresso na Câmara
Pedro Paulo e Marcelo Calero retornam à Brasília após exoneração publicada a pedido no Diário Oficial
Dois secretários municipais do Rio de Janeiro foram exonerados nesta terça-feira (10). Pedro Paulo (DEM), de Fazenda e Planejamento, e Marcelo Calero (Cidadania), de Governo e Integridade Pública, pediram licença de seus cargos. Eles assumirão, temporariamente, os mandatos de deputado federal, para os quais foram eleitos em 2020 e dos quais estavam licenciados.
Em rede social, Calero, que foi ministro da Cultura do governo do presidente Michel Temer (MDB), manifestou nesta segunda-feira (9) ser contrário à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso.
“Não haverá intimidação. Amanhã, os legítimos representantes do povo brasileiro estarão reunidos na Câmara dos Deputados para enterrar de vez a demagogia, a arruaça, o golpismo e o autoritarismo tosco de Bolsonaro e sua turma, materializados na proposta indecente do tal voto impresso”, afirmou.
Três dias antes, Pedro Paulo já havia feito manifestação semelhante, também em rede social.
“Já que essa sandice de voto impresso não morreu na Comissão Especial, como deveria, e o presidente Arthur Lira (PP-AL) decidiu levá-la ao plenário, na semana da votação, me afastarei da Secretaria de Fazenda do Rio para votar a favor do nosso sistema eleitoral e defender a democracia”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que a dupla pede licença dos cargos para participar de votações importantes em Brasília. Em janeiro, Pedro Paulo e Calero deixaram suas funções no Rio para votar em Baleia Rossi (MDB-SP), na eleição que escolheu Arthur Lira como presidente da Câmara dos Deputados.
Em fevereiro, Pedro Paulo reassumiu o mandato para votar o orçamento da União e as emendas parlamentares individuais e de bancada. Dias antes, Calero voltou a Brasília para votar pela manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).
Na última sexta-feira (6), a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisava a PEC 135/19, relativa à obrigatoriedade da implementação do voto impresso, rejeitou a proposta, acompanhando voto contrário do relator Raul Henry (MDB-PE). Foram por 22 contrários à proposta e 11 favoráveis.
Tradicionalmente, em casos assim, o projeto é arquivado. Mas, baseado em uma pouco utilizada previsão regimental, o presidente Arthur Lira (PP-AL) decidiu levar a proposta para votação em plenário, nesta terça-feira (10), às 15h.