Waack: Bolsonaro assumiu que é Centrão desde criancinha
Presidente deve se encontrar com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) nesta segunda-feira (26) para formalizar indicação ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil
No quadro CNN Poder desta segunda-feira (26), na CNN Rádio, William Waack analisa a provável indicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Ciro é o presidente nacional do Partido Progressistas, uma das principais agremiações políticas do Centrão.
Para Waack, a indicação do senador para o cargo mostra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu que “é Centrão desde criancinha”. “O presidente Jair Bolsonaro assumiu que é do Centrão desde criancinha, quero dizer desde a infância política dele. Ele diz que andaram falando mal do Centrão, mas isso não tinha nada a ver com ele. Ele já falou muito mal do Centrão, mas agora diz que os tempos mudaram.”
Bolsonaro alega que a aproximação do governo com o Centrão se dá pela governabilidade. Na avaliação de Waack, no entanto, o presidente tem se revelado “uma metamorfose ambulante”.
“Só falta ele mesmo dizer que é uma metamorfose ambulante, talvez ele não faça isso porque o Lula foi mais rápido e anos atrás quando confrontado com mudanças de posturas e atitudes políticas, o chefão do PT afirmou que ele era uma metamorfose ambulante. Agora, Bolsonaro é outra.”
Na avaliação de Waack, o PP sobrevive em qualquer governo. “A razão da existência dos partidos do centrão é a proximidade dos cofres públicos e a transformação de pedaços da máquina pública em ferramentas em favor dos seus interesses. Notem: não estou falando em coisas ilicítas, em corrupção, em safadeza e sacanagem. Esta é a razão de existencias destas agremiações políticas”.
O PP quer se entregar a Bolsonaro?
Ao confirmar a aproximação com o PP, ao qual o próprio Bolsonaro já foi filiado, o presidente busca uma nova filiação partidária – ele está há mais de um ano sem partido.
Ao dizer, durante entrevista na última semana, que buscava um partido para chamar de seu, Bolsonaro passou a considerar o PP como uma possibilidade de filiação para uma provável disputa da reeleição em 2022.
Na avaliação de Waack, resta saber se o PP quer Bolsonaro. “Agora, Bolsonaro está querendo um partido para chamar de seu. Aí o PP não está gostando da ideia. Esses caciques do Centrão vivem pra si mesmos, eles já são os chefes no que fazem, e não precisam de mais um.”
