Bolsonaro xinga Barroso e diz que STF deseja ‘volta da corrupção’
Presidente volta a defender voto impresso em encontro com empresários: ‘Quero e desejo eleições limpas, democráticas’
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) xingou nesta sexta-feira (7) o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, durante a chegada a um almoço com empresários em Joinville, em Santa Catarina.
“O filho da p*** ainda trai gente dessa maneira. Aquele filho da p*** do Barroso”, disse Bolsonaro. Procurada pela CNN, a assessoria do ministro Barroso informou que ele não irá se pronunciar.
Bolsonaro proferiu o xingamento quando cumprimentava apoiadores presentes na entrada do evento. A cena foi captada em uma live do Facebook, transmitida pelo perfil do presidente. Posteriormente o vídeo foi apagado da página de Bolsonaro na plataforma. Procurada pela CNN para explicar a exclusão do vídeo, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência ainda não se manifestou.
Durante o almoço com empresários em Joinville, Bolsonaro voltou a criticas o Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que parte do nosso querido Supremo Tribunal Federal quer? A volta da corrupção e da impunidade. Não estou atacando o Supremo Tribunal Federal”, afirmou Bolsonaro, seguido de aplausos.
O presidente voltou a defender o voto impresso, que será levado a plenário da Câmara dos Deputados. “Quero e desejo eleições limpas, democráticas, sem que meia dúzia de pessoas sem compromisso com a liberdade conte nossos votos em uma sala escura”, disse Bolsonaro aos empresários.
Tensão entre Poderes
Nas últimas semanas, Bolsonaro intensificou os ataques proferidos aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), principalmente após a inclusão do nome do presidente da República no chamado inquérito das Fake News, sob relatoria de Moraes.
No começo da tarde desta sexta-feira (6), o presidente do STF, ministro Luiz Fux, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, reconheceram a importância da manutenção do diálogo institucional após reunião de cerca de 50 minutos.
“Considerando o contexto atual, Fux convidou Aras para conversar sobre a relação entre as instituições. A reunião foi realizada nesta sexta-feira (6), e durou durante cerca de 50 minutos”, diz trecho da nota do Supremo.
Já a PGR afirmou, também em nota, que ambos “renovaram o compromisso da manutenção de um diálogo permanente entre o Ministério Público e o Judiciário para aperfeiçoar o sistema de Justiça a serviço da democracia e da República.”