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    Crise entre Poderes não coloca a democracia em risco, diz cientista político 

    Christopher Garman disse à CNN que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem a estratégia de provocar a desconfiança nas instituições

    Produzido por Vinícius Tadeu*, da CNN em São Paulo

    Em entrevista à CNN, o cientista político e diretor-executivo para as Américas do Grupo Eurasia, Christopher Garman, afirmou que, apesar da grande crise entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os outros Poderes pode não ser positiva, ela não é uma ameaça à democracia brasileira. 

    “Todo esse ruído que nós estamos presenciando, essa luta entre o presidente e o Supremo, no fundo é um sinal que o quadro institucional do Brasil é robusto. O presidente está muito restrito em sua atuação, temos um sistema com muitos pesos e contra-pesos. Não acho que a democracia está ameaçada”, afirmou o especialista. 

    A reunião entre o presidente do STF, Luis Fux, e ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, nesta quarta-feira (18) foi uma tentativa de abaixar a temperatura da crise institucional. No fim de semana, Bolsonaro chegou a afirmar que vai entregar no Senado os pedidos de impeachment dos ministros Alexandre de Moares e Luis Roberto Barroso. 

    Na visão de Garman, as ações de Bolsonaro contra o Judiciário são menos para confrontar decisões e mais uma retórica eleitoral. “O presidente sairá da pandemia de Covid-19 enfraquecido e alimentando a sua base com essa retórica polarizante”, explicou.

     

    O Ministro Luiz Fux e o presidente Jair Bolsonaro, durante a sessão de Abertura
    O Ministro Luiz Fux e o presidente Jair Bolsonaro, durante a sessão de Abertura do Ano Judiciário.
    Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    *supervisionado por Elis Franco

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