Brasil perde de novo para os russos e disputará o bronze no vôlei masculino
Equipe brasileira saiu na frente, mas sofreu a virada e caiu nas semifinais por 3 sets a 1
A seleção brasileira masculina de vôlei reencontrou o Comitê Olímpico Russo na semifinal olímpica tentando esquecer a derrota para o rival na primeira fase e se colocar pela quinta vez consecutiva na decisão das Olimpíadas de 2020. Mas apesar do ótimo início, o Brasil foi superado de virada por 3 sets a 1 (18-25, 25-21, 26-24 e 25-23) e agora buscará uma medalha de bronze nos Jogos. O momento crucial foi a reviravolta no terceiro set, quando os russos se recuperaram depois de estarem perdendo por 20-12.
A seleção brasileira já jogou seis finais olímpicas no masculino, com três títulos e três vice-campeonatos. Bruninho, Borges, Wallace, Mauricio Souza, Douglas, Lucão e Lucarelli são remanescentes do ouro do Rio de Janeiro, em 2016. Se o bronze vier, Bruninho chegará a sua quarta conquista, já que estava também nas pratas de 2008 e 2012. Ele pode igualar outro grande nome do vôlei brasileiro, Serginho, que subiu ao pódio de 2004 até 2016.
O time feminino ainda está vivo na disputa em Tóquio e pode garantir um lugar na final na manhã de sexta-feira, quando enfrenta a Coreia do Sul pelas semis. Na quadra, o vôlei brasileiro tem dez medalhas olímpicas e, somando com a praia, tem um total de 23.
“Eles fizeram a reviravolta no terceiro set e é complicado, você está jogando bem e cai uma pedra em cima de você. É difícil reverter psicologicamente isso. Mas a equipe começou bem o quarto set, virou, conseguiu estar na frente. A gente sempre quer chegar na final, durante todo esse tempo se ficamos fora de três ou quatro pódios é muita coisa. Mas medalha olímpica é medalha olímpica, não podemos tirar o valor”, afirmou Lucão, projetando a busca pelo bronze em entrevista ao canal Sportv. “É difícil para caramba, frustrante, a gente estava fazendo um bom jogo, e você fica pensando na oportunidade que perdeu. A Rússia acho que mereceu, agora é apagar isso aqui e ir para o bronze”, acrescentou Bruno.
“A gente lamenta demais, a gente queria demais estar numa final, mas vamos olhar para frente. Dar parabéns para a equipe russa, agressiva o tempo todo. E na metade do jogo em diante não conseguimos mais imprimir um ritmo forte. A garotada se entregou ao máximo e vamos agora pensar no bronze. O importante é estar sempre entre os melhores. Temos uma medalha para buscar e não vamos abrir mão dela de jeito nenhum”, completou o técnico Renan.
Brasil começa bem, Rússia empata
O Brasil começou bem a partida, não deixando os russos tomarem a frente do placar nos primeiros pontos. Num ótimo contra-ataque procurando Lucão na bola rápida, a seleção brasileira abriu 7-5, confirmando um bom início. Esse lance funcionou novamente na sequência, 8-6. Um ace de Kliuka deixou tudo igual, e Lucão, de novo, manteve o Brasil em vantagem, 9-8. A maior vantagem veio no primeiro ponto de bloqueio no jogo, com Souza, para fazer 13-10.
Com Bruninho no saque, inclusive fazendo um ace, o Brasil abriu 17-12. A equipe mantinha a alta intensidade, sem deixar os russos colarem no placar, e com três bloqueios seguidos — Lucão, Wallace e Lucão –, mais um ace de Lucarelli, fez 21-14. Aí foi só manter o ritmo para fechar com boa margem no placar: 25-18.
No segundo set, o Comitê Russo começou acertando mais no ataque, abrindo 4-1 num ponto de Volkov. Num lance de sorte, um saque que desviou na rede, Maurício Souza diminuiu a superioridade dos europeus para 7-5. As bolas brasileiras deixaram de cair, e os russos chegaram a 10-5. Renan mexeu no time, foi de Alan no lugar de Wallace. Mas o Brasil não conseguia colar no placar, e um bloqueio de Iakovlev levou a vantagem para 14-7.
O Brasil reagiu, contando com dois pontos de saque, de Alan e Leal, e ficando só três atrás, 16-13 para o Comitê Russo. Mas dois ataques seguidos de Kliuka levaram para 19-15. No fim, os russos empataram o jogo vencendo por 25-21.
Virada russa: 3 a 1
O terceiro set começou novamente muito disputado, ponto a ponto, e o Brasil virou para 6-5 na bola de segunda de Bruno e no bloqueio de Lucão. A maior vantagem veio num ponto de muita insistência do ataque brasileiro, que terminou com Lucarelli explorando o bloqueio russo: 8-6. Leal, na sequência, fez 9-6; pouco depois, novo ataque de Leal, 14-10.
O Brasil seguiu bem e fez 17-12 no bloqueio de Bruninho. Maurício Souza anotou um ace, e o time russo, num toque na rede, deu um ponto de graça para os brasileiros, que chegaram a 19-12. Depois, a maior vantagem, 20-12. Mas o Comitê Russo conseguiu apertar, chegou a ficar apenas dois pontos atrás, obrigando Renan a pedir um tempo no 23-21. Iakovlev, em dois bloqueios, fez 23-23. Os russos tomaram a frente e fecharam em 26-24, uma grande virada para tomar a frente do jogo.
O quarto set era a última chance do Brasil se manter vivo na defesa do ouro olímpico, e o começo foi positivo, 5-3 em um erro no saque de Podlesnykh. Mikhaylov, o principal pontuador do jogo naquela altura, deixou os russos vencendo por 7-6. De novo ele, 9-7. Perdendo por 11-9, o Brasil foi de Douglas no lugar de Lucarelli para tentar uma reação.
Leal, em boa jornada no ataque, empatou em 15-15, mas a Rússia se manteve firme, 18-15. Uma invasão do ataque russo deixou a distância menor, 18-17. E o ataque de Lucão deixou tudo igual, 18-18. Num erro de Podlesnykh, o Brasil tomou a liderança do placar, 20-19. No ataque de Mikhaylov, os russos pediram o desafio e tinham razão. Bola dentro, 21-21. Pouco depois foi a vez do Brasil tentar o pedido da revisão em lance bem difícil, que realmente não resvalou na defesa europeia.
Rússia na frente, 23-22. O ponto 24 veio em bloqueio de Mikhaylov, e o Brasil salvou um primeiro match point. No outro, não deu. Comitê Olímpico Russo classificado à final com 25-23, fechando em 3 sets a 1.
Mikhaylov, camisa 17 russo, foi o maior pontuador do duelo com 22. Leal fez 18 pontos pelo Brasil.