Olimpíadas: Seleção masculina de vôlei bate França em jogo com pontuação recorde
Brasil venceu quatro dos cincos jogos da fase de grupos do vôlei masculino em Tóquio
A seleção brasileira masculina de vôlei vai embalada para as quartas de final das Olimpíadas de 2020. Classificada antecipadamente, fez um jogo de alto nível contra a França e a derrotou por 3 sets a 2, com parciais de 25/22, 37/39, 25/17, 21/25 e 20/18, na madrugada deste sábado para domingo (no horário de Brasília), na Arena Ariake.
O duelo entrou para a história dos Jogos Olímpicos como a partida com a maior pontuação em um torneio masculino de vôlei. Foram 249, sendo 128 do Brasil e 121 da França. O recorde anterior pertencia ao jogo entre Itália e Iugoslávia, das Olimpíadas de Sydney, em 2000, com 241.
Longo e marcado pelo equilíbrio, o jogo teve 2 horas e 38 minutos de duração e um set — o segundo — que teve quase uma hora. Ngapeth impressionou com 29 pontos pela França. E o Brasil teve boa distribuição dos pontos. Foram 23 de Wallace, 21 de Lucarelli, 20 de Leal e 19 de Lucão.
O Brasil, assim, encerrou a sua participação na primeira fase do vôlei nas Olimpíadas com quatro vitórias e uma derrota. E agora aguarda a definição do seu próximo adversário, em confronto que será disputado na terça-feira.
Nas rodadas anteriores, o Brasil venceu a Tunísia por 3 a 0, derrotou a Argentina, de virada, por 3 a 2, levou 3 a 0 dos russos, mas na sequência derrotou os Estados Unidos por 3 a 1. Assim, chegou à rodada final da fase de grupos já classificado às quartas de final.
“Ficamos felizes porque acabar a primeira fase com vitória é muito importante e há uma demonstração de crescimento do grupo. Começou os Jogos Olímpicos com dificuldade e foi crescendo e vencendo as dificuldades”, disse o técnico Renan Dal Zotto.
O jogo
Renan repetiu a escalação dos jogos anteriores, com Bruninho, Wallace, Maurício Souza, Lucão, Leal e Lucarelli, além do líbero Thales. E com essa formação, o Brasil fez ótimo primeiro set. Exceto pelos pontos iniciais, esteve sempre à frente do placar.
Ainda que tenha cedido oito pontos em erros aos franceses, mostrou boa variação de jogadas e um saque potente. Lucarelli e Wallace fizeram 5 pontos cada, com a seleção marcando outros três em bloqueios, sendo dois com Lucão. E fechou a parcial em 25/22 em um erro de saque de Ngapeth.
O segundo set foi equilibrado, longo e de altíssimo nível. A França liderou o placar na maior parte do tempo, mas o Brasil não deixava os adversários deslancharem. Foram 11 set points para os franceses, contra os 4 da seleção, que sobreviveu por 51 minutos até Ngapeth fechar a parcial em 39 a 37. Foi o décimo ponto dele no set, mesmo desempenho de Jean Patry. E Wallace marcou sete para os brasileiros.
A derrota após uma batalha tão longa parece não ter abalado a seleção. Afinal, no terceiro set, foi dominante. Assim, abriu 10 a 6 e deslanchou. Não encontrava muita resistência da França, tanto que fez 19 a 11. E fechou a parcial em 25 a 17 em um bloqueio de Lucão. Foi o seu sexto ponto na parcial, sendo o quarto de bloqueio. Leal também marcou 6, mas todos em ataques.
O quarto set, porém, foi de reação da França. O Brasil chegou a liderar por 5 a 1, dando a impressão de que fecharia o jogo, mas não conseguiu manter o ritmo. E os franceses se recuperaram e viraram o placar para 13 a 12. Depois, foram abrindo vantagem, que chegou a ser de 18 a 15. E fizeram 25 a 21 em uma deixadinha de Patry, forçando a realização do tie-break. Ngapeth foi o destaque da parcial, com 9 pontos.
Mas novamente após uma derrota, o Brasil começou bem a parcial seguinte. E encaminhou o seu triunfo no tie-break ao marcar os quatro primeiros pontos da parcial, com ótimo desempenho do seu bloqueio. Novamente, porém, os franceses reagiram. Após estarem perdendo por 12 a 9, viraram o placar para 13 a 12 e tiveram quatro match points. A seleção também teve os seus e fechou o jogo na segunda chance, com Leal, em 20 a 18. Assim, vai chegar embalada às quartas de final, em busca do bicampeonato olímpico.