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    Punição ao Cruzeiro muda rotina do Mineirão e causa prejuízo ao comércio

    Partida contra o Vasco não contou com a presença do torcedor por punição do STJD e deixou o estádio vazio nesta quarta

    Guilherme Piuda Itatiaia , Belo Horizonte

    A partida entre Cruzeiro e Vasco, na noite desta quarta-feira (22), em jogo atrasado da 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi realizada com portões fechados no Mineirão.

    A punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que determinou a partida sem público pelos incidentes na partida contra o Coritiba, mudou completamente a rotina dentro e fora do estádio.

    Horas antes de a bola rolar, costumeiramente, milhares de pessoas circulam pelos arredores do Mineirão. Entretanto, o cenário na data da partida contra o Vasco se assemelhava a um dia comum, como se não houvesse jogo.

    A reportagem da Itatiaia circulou pela Avenida Abrahão Caram, pela Alameda das Palmeiras (Rua do Peixe), pela Avenida Rei Pelé, locais próximos ao Mineirão, e registrou o lamento de comerciantes e torcedores que se sentiram prejudicados pela ausência de público na partida do Brasileirão.

    “Em todos os jogos sempre temos uma venda muito boa, vendemos muita cerveja. Entre 300 e 500 cervejas. Temos também outras pessoas que trabalham com a gente, cerca de 12 pessoas, que deixaram de ganhar um dinheiro pela falta de público no jogo”, lamentou a comerciante Kelly, da lanchonete M25.

    “Muitas pessoas deixaram de ganhar o dinheiro deles, quem não tem emprego formal, que trabalham com eventos. Essas pessoas não puderam trabalhar pela falta de público. Vai fazer muita falta para nós, que costumamos ficar cheios em dia de jogos. Além da cerveja, temos salgados, tropeiro, quem vem para o jogo passa por aqui para consumir os nossos produtos. A queda de vendas será exorbitante”, reclamou Kelly.

    Guilherme Piu / Itatiaia

    Prejuízo financeiro

    Sem a circulação de torcedores nas ruas, o prejuízo foi grande. Não apenas o Cruzeiro deixou de faturar milhões na noite desta quarta com a renda. Ambulantes, donos de bares e restaurantes quase não colocaram dinheiro no caixa.

    “Em todos os jogos eu vendo bastante, mas não apareceu ninguém ainda. Esse prejuízo não foi só do Cruzeiro, pela torcida ter feito aquela invasão. O prejuízo é dos vendedores também. Eu vendi apenas uma camisa infantil. Normalmente saem mais de 30 camisas”, desabafou o ambulante Edmar Barbosa, do bairro São João Batista.

    Barbosa vai perder mais de R$ 3 mil sem o movimento nos jogos do Cruzeiro até o fim do Campeonato Brasileiro. O time celeste ainda enfrentará Athletico-PR e Palmeiras no Mineirão.

    “O prejuízo é grande, cerca de R$ 1.500 por jogo. Vai fazer falta, o dinheiro ajuda no orçamento familiar. Quem deixa de vender não ganha. Todo mundo deixa de ganhar, vendedor de bebida, de roupas”, revelou.

    Dentro do estádio

    As arquibancadas do Mineirão só não estiveram 100% vazias por causa da presença de jornalistas e de membros das comissões técnicas de ambas as equipes.

    Integrantes do Cruzeiro ficaram no setor roxo do Mineirão. A cada lance de perigo, havia manifestação efusiva por parte dos presentes. Nos gols de Arthur Gomes e Bruno Rodrigues, a comemoração foi intensa. O lamento quando o rival balançava as redes.

    Na tribuna de Imprensa, membros do departamento de análise de desempenho do Vasco atuavam como torcedores. Gritavam em lances de perigo, comemoraram os gols com fortes gritos e conversavam entre si comentando detalhes da atuação de alguns atletas.

    Sem torcida, era possível ouvir os gritos de dentro do gramado, principalmente nos lances de faltas, quando os atletas reclamavam alto, mostrando dor.

    Presença da polícia

    Mesmo sem a presença da torcida, a Polícia Militar fez o patrulhamento ostensivo na região. Até o “Caveirão” da PM foi deslocado para o estádio.

    Guilherme Piu / Itatiaia

    Havia a possibilidade de aglomeração de torcedores do Cruzeiro para a chegada da delegação celeste ao Mineirão, mesmo com o cancelamento do evento “Rua de Fogo”.

    Houve o veto dos militares para o uso de fogos de artifício e sinalizadores, mas a chegada do ônibus cruzeirense ao estádio foi tranquila, sem movimentação de torcedores.

    Tímida presença de torcedores na rua

    A proibição de público no jogo afastou o torcedor das imediações do Mineirão. Porém, houve quem, mesmo sabendo dos portões fechados, resolveu aparecer.

    “Vim só para mandar boas vibrações para o time daqui de fora. Infelizmente, não podemos entrar, queria estar lá dentro, mas daqui de fora vamos torcer”, disse Deivid, do bairro Venda Nova, região Norte de Belo Horizonte.

    Um torcedor da cidade de Itabira pegou estrada para vir trabalhar em Belo Horizonte. A programação foi feita antecipadamente, mas a punição do STJD frustrou os planos do cruzeirense.

    “Vim de Itabira, reservei hotel aqui perto (do Mineirão) na expectativa de assistir ao jogo. Vim a Belo Horizonte para trabalhar. Por conta dos caras que aprontaram aquilo lá, o torcedor de verdade fica sem assistir ao jogo. Vou procurar um bar para assistir ao jogo, no hotel não passa (na TV)”, disse Gustavo, torcedor do interior mineiro.

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