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    Na sua 2ª maratona, brasileiro lidera e se diverte, mas abandona após passar mal

    Daniel do Nascimento fez a sua estreia na prova em maio e se preparou no Quênia

    Leandro Silveira, colaboração para a CNN

    Entre os 106 participantes da maratona masculina nas Olimpíadas de 2020, provavelmente nenhum era tão novato quanto Daniel do Nascimento. Afinal, esta foi apenas a segunda vez na sua carreira em que tentava correr 42,195 quilômetros em uma competição. Não conseguiu, mas certamente vai deixar o Japão com boas histórias. 

    O brasileiro foi um dos protagonistas da primeira metade da maratona. Aos 23 anos, esteve sempre no pelotão da frente da tradicional prova, chegando a liderá-la em diversos momentos, como na passagem pelo 15º quilômetro. No 20º e na metade da prova, era o terceiro. E o quarto no 25º quilômetro. 

    O bom desempenho era acompanhado de perto pelo queniano Eliud Kipchoge. Eles correram lado a lado durante parte do percurso. E chegaram a interagir amigavelmente. Mas Daniel não conseguiu permanecer ao lado do campeão olímpico por tanto tempo. “Ele é um cara muito legal. Nos falamos rapidamente, ele brincou comigo e nos cumprimentamos”, disse Kipchoge, sobre Daniel, ao SporTV.

    Pouco após o 25º quilômetro, o novato se sentiu mal. Foi ao chão e tentou retornar para a prova. Mas a tentativa durou pouco tempo. O brasileiro voltou a cair e abandonou a maratona, encerrando precocemente uma improvável participação nas Olimpíadas de Tóquio

    Maratonista Daniel do Nascimento na Vila Olímpica dos Jogos de Londres
    Maratonista Daniel do Nascimento na Vila Olímpica dos Jogos de Londres
    Foto: Reprodução / Instagram

    Até maio, ele jamais havia participado de uma maratona na carreira. Mas a estreia foi ótima. No dia 23 daquele mês percorreu os 42,195 km em 2h09min04 no Campeonato Nacional de Maratona “El Bicentenario del Perú”, no Circuito de Praias, entre os distritos de San Miguel e Magdalena. O tempo é o melhor de um maratonista brasileiro desde 2012.

    Venceu, assim, a prova e ainda correu a maratona em mais de 2min abaixo do índice exigido pela World Athletics – 2h11min30 – para a participação nas Olimpíadas de Tóquio. Em uma comparação que não leva em consideração as condições climáticas encaradas em Sapporo, a repetição do desempenho apresentado no Peru só seria pior do que o de Kipchoge, que cravou 2h08min38 para faturar o bicampeonato olímpico. 

    O resultado e desempenho surpreendentes têm relação com uma mudança na carreira e a preparação realizada por Daniel. Antes mais acostumado a provas menos longas, tanto que foi campeão da Meia Maratona de São Paulo em 2020 e o melhor brasileiro na São Silvestre de 2019 (11º), decidiu apostar na maratona. 

    Em maio, antes de obter o índice olímpico no Peru, passou duas semanas treinando no Quênia, país conhecido por ter, historicamente, os melhores maratonistas do mundo. E foi para lá que ele voltou para concluir a sua preparação para as Olimpíadas, antes de viajar ao Japão. 

    Outros brasileiros

    A maratona masculina contou com a participação de outros dois brasileiros. O único a concluí-la foi Paulo Roberto de Paula, apenas o 69º colocado, com a marca de 2h26min08. Aos 42 anos, ele teve um desempenho bem mais modesto do que o das últimas duas participações olímpicas, pois havia sido o oitavo colocado em Londres-2012 e 15º nos Jogos do Rio, em 2016. 

    Ainda assim, ele celebrou o resultado. “Foi muito difícil para mim conseguir completar. Dois meses atrás eu tive uma lesão no posterior. Tenho três participações em Jogos Olímpicos e três provas completas. Eu sabia que, por conta da situação do clima, eu poderia não conseguir terminar a prova. Por isso optei por fazer uma prova para completar”, comentou. 

    Daniel Chaves não conseguiu terminar a disputa da maratona. No total, 30 competidores abandonaram a prova realizada em Sapporo. 

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