Ata do Fed deve reforçar abordagem cuidadosa para lidar com inflação nos EUA
BC dos EUA manteve alta histórica dos juros na última reunião
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, usou bastante a palavra “cuidadoso” em sua última entrevista coletiva ao descrever os esforços do banco central dos Estados Unidos para equilibrar os riscos da inflação elevada.
Powell também enfatizou o cuidado em relação ao crescimento econômico em aceleração com o aperto das condições de crédito e a convicção do Fed de que a economia está prestes a desacelerar.
A ata da reunião de 31 de outubro a 1º de novembro, que será divulgada às 16h (horário de Brasília) desta terça-feira (21), também deve enfatizar essa palavra.
As autoridades têm reforçado “o cuidado” em um momento em que parece improvável que aumentem ainda mais os juros, mas não querem dizer isso enquanto a inflação permanecer acima da meta de 2% do banco central.
“A inflação nos deu algumas surpresas. Se for apropriado tornar a política mais restritiva, não hesitaremos em fazê-lo“, disse Powell em uma conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) neste mês.
“No entanto, continuaremos a agir com cuidado, o que nos permitirá lidar com o risco de sermos enganados por alguns bons meses de dados e com o risco de um aperto excessivo.”
A ata provavelmente incluirá a “retórica superficialmente ‘hawkish'” de que os juros ainda podem subir, escreveram analistas do Citi no domingo (19).
No entanto, os analistas continuam “a acreditar que as autoridades do Fed provavelmente não aumentarão mais a taxa de juros neste ciclo”.
A maioria dos investidores também acha isso, com contratos vinculados à taxa de referência mostrando uma probabilidade quase nula de o Fed ir além da atual faixa de 5,25% a 5,50%.
Enquanto isso, a ferramenta FedWatch do CME Group coloca as chances de um corte em cerca de 60% para a reunião do Fed de 30 de abril a 1º de maio de 2024.
As atas, assim como o atual grupo de autoridades do Fed, não querem entrar nessa discussão, insistindo que ainda não têm certeza de que a taxa de juros é “suficientemente restritiva” para acabar com a luta contra a inflação – mesmo que falem mais sobre quanto tempo a taxa deve permanecer no nível atual e menos sobre quanto mais ela deve subir.
“A inflação parece estar se estabilizando”, disse o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, à Fox Business na segunda-feira (20).
Mas Barkin também acha que é provável que a inflação continue “persistente, e isso me leva a defender que os juros sejam mais altos por mais tempo“.