Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ministro do Japão diz ser necessário ‘acordar’ para proteger Taiwan da China

    Pequim chama de 'sinistra, perigosa e irresponsável' a declaração do vice-ministro da Defesa japonês e afirma ilha é parte integrante de seu território

    O vice-ministro da Defesa do Japão alertou na segunda-feira (28) sobre uma crescente ameaça representada pela colaboração entre China e Rússia e disse que era necessário “acordar” para a pressão de Pequim sobre Taiwan e proteger a ilha “como um país democrático”.

    Em declarações ao grupo de estudos do Hudson Institute, o Ministro de Estado da Defesa Yasuhide Nakayama questionou se a decisão de muitos países, incluindo Japão e Estados Unidos, de seguir a política de “uma China” que reconheceu Pequim em vez de Taipei desde os anos 1970 resistiria ao teste de tempo.

    “Estava certo? Não sei”, disse ele no evento online, referindo-se a como as gerações futuras julgarão os formuladores de políticas sobre a questão.

    Nakayama disse que os países democráticos devem proteger uns aos outros e observou que no passado ele se referiu a Taiwan como uma “linha vermelha”. “Portanto, temos que proteger Taiwan como um país democrático.”

    Nakayama disse que Japão e Taiwan são geograficamente próximos e acrescentou que se algo acontecer em Taiwan, isso afetará a prefeitura de Okinawa no Japão, onde as forças dos EUA e suas famílias estão baseadas.

    Ele destacou as crescentes ameaças representadas pela China no espaço, na tecnologia de mísseis, no domínio cibernético e nas forças nucleares e convencionais, e disse que sob a liderança do presidente Xi Jinping teve “pensamento e vontade agressivos”. “Então, acordemos. Temos que acordar”, disse ele.

    A China afirma que o governo democrático de Taiwan é parte integrante de seu território.

    “Deploramos as declarações errôneas do funcionário do alto escalão do governo japonês e apresentamos representações solenes”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, acrescentando que Nakayama havia “acusado falsamente” a China sobre “desenvolvimentos normais de defesa nacional”.

    “Isso é altamente sinistro, perigoso e irresponsável. Este político também chamou abertamente Taiwan de país, em séria violação da declaração conjunta China-Japão”, disse Wang em uma entrevista coletiva.

    “Pedimos que o governo japonês faça um esclarecimento e garanta que isso não aconteça novamente.”

    Nakayama disse que é necessário mostrar dissuasão à China e também à Rússia, que intensificou os exercícios em território reivindicado pelos japoneses e próximo ao território americano do Havaí.

    “Você pode ver a China e a Rússia colaborando juntas, quando estão fazendo algum exercício militar perto de nossos vizinhos”, disse Nakayama, acrescentando que queria ver os EUA “cada vez mais fortes”.

    Nakayama se referiu à decisão de Tóquio de descartar seu limite de 1% do PIB para os gastos com defesa. Ele disse que o Japão precisa gastar mais em armas, incluindo mísseis, e cortar custos, já que 50% de seu orçamento vai para pessoal.

    Washington e Tóquio devem impulsionar a colaboração tecnológica em face de uma cooperação mais estreita entre a China e a Rússia, disse ele.