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    Comissão do Senado vota projeto que regula apostas esportivas no país nesta terça-feira (21)

    Proposta proíbe a participação de algumas pessoas nas apostas, como menores de idade e pessoas que tenham influência no resultado de jogos esportivos

    Mayara da Pazda CNN , Brasília

    A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar nesta terça-feira (21) o projeto de lei (PL) que estabelece regras para as apostas esportivas online.

    A proposta inclui uma medida provisória (MP) enviada pelo governo em julho e que trata do mesmo assunto. O texto perde a validade, ou seja, deixa de vigorar, nesta quarta-feira (22).

    Segundo o projeto de lei, a previsão é que apostadores paguem 30% sobre os ganhos superiores a R$ 2.112, mesma taxa cobrada sobre os prêmios das loterias que existem no país.

    Também se pretende taxar as chamadas “bets” em 18% sobre a receita bruta dos jogos subtraídos os prêmios pagos aos apostadores, o chamado gross gaming revenue (GGR, na sigla em inglês).

    Um ponto que não estava na MP enviada pelo governo e que foi incluído no projeto durante a tramitação na Câmara dos Deputados é de regularizar e taxar outros jogos disponíveis na internet, como o caso de cassinos online.

    A regulação do mercado deve possibilitar a fiscalização e a cobrança de tributos sobre as empresas, além de formalizar os empregos gerados pelo setor, que movimenta perto de R$ 150 bilhões por ano no Brasil.

    O projeto ainda diz que a participação de algumas pessoas nas apostas é proibida:

    • Menores de idade;
    • Pessoas que tenham influência no resultado de apostas esportivas (árbitros, treinadores, atletas e técnicos esportivos);
    • Servidores responsáveis pela regulamentação do setor no Ministério da Fazenda.

    Operação no Brasil

    Na medida provisória enviada pelo governo, ficou estabelecida a cobrança de R$ 30 milhões a título de outorga para sites de apostas que queiram operar no Brasil.

    A Câmara acrescentou que esses mesmos sites de apostas poderão funcionar por cinco anos no país. A ideia é que os sites possuam contas em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central para evitar burlas na tributação.

    Os deputados ainda alteraram a legislação para desobrigar que os recursos destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro, ao Comitê Paralímpico Brasileiro, ao Confederação Brasileira de Ciclismo, ao Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos, à Confederação Brasileira do Desporto Escolar e à Confederação Brasileira do Desporto Universitário precisem ser regulamentados.

    Premiações

    O pagamento dos prêmios deverá ser efetuado exclusivamente por meio de transferências, créditos ou remessas de valores em contas bancárias autorizadas pelo Banco Central (BC).

    O apostador poderá escolher se o dinheiro será mantido em carteiras virtuais para utilização dos créditos em novas apostas. Esse recurso só poderá ser utilizado em apostas na mesma empresa.

    O jogador perderá o direito ao prêmio caso deixe de comunicar a empresa nos 90 dias seguintes à divulgação do resultado das apostas.

    Os recursos “esquecidos” serão repassados da seguinte forma:

    • 50% para abastecer o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);
    • 50% para abastecer o Fundo Nacional em Calamidade Pública (Funcap).

    Infrações

    Segundo o texto, será considerada infração administrativa:

    • Explorar loteria de apostas de quota fixa sem prévia autorização do Ministério da Fazenda;
    • Realizar operações ou atividades vedadas, não autorizadas ou em desacordo com a autorização concedida;
    • Opor embaraço à fiscalização do órgão administrativo competente;
    • Deixar de fornecer ao órgão administrativo competente documentos, dados ou informações cuja remessa seja imposta por normas legais ou regulamentares;
    • Fornecer ao órgão administrativo competente documentos, dados ou informações incorretos ou em desacordo com os prazos e as condições estabelecidos em normas legais ou regulamentares;
    • Divulgar publicidade ou propaganda comercial de operadores de loteria de apostas de quota fixa não autorizados;
    • Descumprir normas legais e regulamentares cujo cumprimento caiba ao órgão administrativo competente fiscalizar; e
    • Executar, incentivar, permitir ou, de qualquer forma, contribuir ou concorrer para práticas atentatórias à integridade esportiva, à incerteza do resultado esportivo, à transparência das regras aplicáveis ao evento esportivo, à igualdade entre os competidores, e qualquer outra forma de fraude ou interferência indevida apta a afetar a lisura ou a higidez das condutas associadas ao desempenho idôneo da atividade esportiva.

    Punições

    Serão aplicadas as seguintes punições a quem infringir as normas:

    • Advertência;
    • Caso de pessoa jurídica, será aplicada uma multa no valor de 0,1% a 20% sobre o produto da arrecadação do ano anterior . O valor máximo será de R$ 2 bilhões;
    • No caso de pessoas físicas ou associações, a multa poderá variar entre R$ 50 mil e R$ 2 bilhões;
    • Suspensão parcial ou total do exercício das atividades, pelo prazo de até 180 dias;
    • Cassação da autorização, extinção da permissão ou da concessão, cancelamento do registro, descredenciamento, ou ato de liberação análogo;
    • Proibição de obter titularidade de nova autorização, outorga, permissão, credenciamento, registro ou ato de liberação análogo pelo prazo máximo de dez anos;
    • Proibição de realizar determinadas atividades ou modalidades de operação, pelo prazo máximo de dez anos;
    • Proibição de participar de licitação que tenha por objeto concessão ou permissão de serviços públicos, na administração pública federal, direta ou indireta, por prazo não inferior a cinco anos; e
    • Inabilitação para atuar como dirigente, administrador e para exercer cargo em órgão previsto em estatuto ou em contrato social de pessoa jurídica que explore qualquer modalidade lotérica, pelo prazo máximo de 20 anos.

    Veja também: Diferença salarial entre negros e brancos chega a 42%, aponta levantamento

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