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    Argentina aumenta pressão sobre a Rússia após atrasos com a vacina Sputnik V

    País sul-americano alertou que o acordo de fornecimento estava ameaçado

    Walter Bianchi e Adam Jourdan, da Reuters, em Buenos Aires, e Anton Zverev, da Reuters, em Moscou

    A Argentina, um dos primeiros países a adotar o uso amplo da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V, aumentou a pressão sobre Moscou após atrasos na chegada de segundas doses que estão retardando a sua campanha de imunização contra a Covid-19.

    O governo do país sul-americano enviou uma carta à entidade estatal Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF, sigla em inglês), com data em 7 de julho, na qual disse que a Argentina precisava com urgência dos componentes da segunda dose, que são diferentes dos da primeira dose, e alertou que o acordo de fornecimento estava ameaçado.

    “A esta altura, todo o contrato corre o risco de ser publicamente cancelado”, escreveu o governo na carta, que foi publicada pelo jornal La Nación na quinta-feira e confirmado publicamente como legítima por duas autoridades importantes.

    “Entendemos a escassez e as dificuldades de produção de alguns meses atrás. Mas agora, sete meses depois, ainda estamos atrás, e estamos começando a receber doses de outras fornecedoras regularmente, com cronogramas que são cumpridos.”

    A Argentina, país com cerca de 45 milhões de pessoas, aplicou 22,9 milhões de doses de vacina, embora apenas 5,8 milhões de pessoas estejam completamente vacinadas com as duas doses, uma das maiores diferenças entre primeira e segunda dose na região.

    O Fundo Russo de Investimentos Diretos, responsável pela comercialização da Sputnik V no exterior, não respondeu imediatamente ao pedido por comentários.