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    Seis números que mostram o tamanho do valor aprovado para campanhas em 2022

    Aprovado nesta quinta-feira (15), fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para as eleições do ano que vem causou polêmica

    Leonardo Guimarães e Ligia Tuon, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O financiamento de campanhas eleitorais no que ano que vem terá um acréscimo poderoso. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, deputados e senadores reservaram R$ 5,7 bilhões para as campanhas nas eleições do ano que vem. 

    O valor chamou atenção, já que cresceu muito desde a última campanha, enquanto o Brasil passa por uma crise sanitária e econômica causada pela pandemia de Covid-19. O fundo eleitoral é usado exclusivamente para bancar gastos de candidatos em ano de eleição. 

    Para os parlamentares que defendem o aumento, o financiamento público de campanha é uma forma de “financiar a democracia” e assegurar as mesmas condições para candidatos com histórico de menos acesso a recursos.

    Também é uma forma de suprir adequadamente a falta das doações empresariais, proibidas antes da criação do fundo, em 2017.

    Muita gente se pergunta o que poderia ser feito com o dinheiro destinado às candidaturas. Por isso, o CNN Brasil Business fez seis comparações que mostram o tamanho do montante que o país deve gastar no ano que vem: 

    Assistência aos vulneráveis

    Com o dinheiro do fundo eleitoral, o governo poderia sustentar cidadãos em situação de vulnerabilidade por um mês. E ainda teria uma “sobrinha” de R$ 379 milhões. 

    Em maio deste ano, o governo gastou R$ 5,32 bilhões com benefícios pagos a idosos e deficientes que não conseguem prover seu próprio sustento sob o conjunto de garantias constitucionais da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). 

    Para Raul Velloso, economista especialista em contas públicas e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, uma maneira de analisar a situação é se questionar se a melhor escolha é financiar campanhas ou sustentar idosos e deficientes.

    “Eu prefiro a segunda opção, mas outros podem achar que a campanha é mais relevante do ponto de vista da sociedade. Eu prefiro dirigentes políticos selecionados entre os mais ricos do que privar um bocado de beneficiários do programa LOAS por um mês”, afirma. 

    Eleições de 2020

    Nas eleições municipais do ano passado, os partidos receberam R$ 2 bilhões para promover seus candidatos. O novo fundo poderia financiar duas eleições em 2020. O salto será de 185%. 

    “Imputando alguma inflação, com uma certa generosidade, daria para esticar para algo em torno de R$ 2,5 bilhões. Este ano, isso seria algo aceitável. Mas essa despesa aprovada excede qualquer noção de razoabilidade”, afirma o economista Fabio Giambiagi, um dos maiores especialistas em finanças públicas do país. 

    Abono e seguro-desemprego

    Com os R$ 5,7 bilhões que devem ser destinados ao fundo eleitoral em 2022, o governo federal poderia financiar os abonos salariais e seguros-desemprego por um mês, considerando o montante gasto para esse fim em maio. 

    Ainda sobraria um troco de R$ 2,38 bilhões.

    MMA por quase 3 anos 

    O orçamento do Ministério do Meio Ambiente para 2021 é de R$ 2 bilhões. O fundo eleitoral de 2022 pode ser quase três vezes maior que o da pasta comandada por Joaquim Leite. 

    MEC em 2021

    Já o Ministério da Educação tem uma verba um pouco mais robusta, de R$ 9,3 bilhões. O fundo eleitoral do ano que vem equivale a 61,2% do orçamento de uma das pastas mais importantes do governo federal. 

    Eleições de 2018 

    As campanhas de candidatos nas eleições de 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro foi eleito, tiveram financiamento de R$ 1,8 bilhão do fundo eleitoral. Portanto, o fundo terá um acréscimo de 216% no ano que vem.