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    Crédito rural para investimento na safra 20/21 tem alta de 56% para R$ 76,27 bi

    O montante ainda superou em 34% a programação inicial do Ministério da Agricultura

    Roberto Samora, da Reuters*

     

    O crédito rural oficial para investimentos no campo encerrou a temporada 2020/21 (julho/junho) no Brasil com alta de 56% na comparação com o ciclo anterior, somando R$ 76,27 bilhões, informou o Ministério da Agricultura nesta terça-feira.

    O montante ainda superou em 34% a programação inicial, segundo o ministério em nota.

    Com forte demanda para investimentos nas propriedades, em momento em que os preços das commodities impulsionam o setor rural, o governo federal elevou a programação de recursos para esse fim no novo Plano Safra 2021/22, enquanto reduziu o total destinado ao custeio.

    No plano 20/21, encerrado em junho, as aplicações do crédito oficial no custeio alcançaram 135,3 bilhões de reais, alta de 27% em relação a temporada anterior.

    Já o financiamento da comercialização recebeu R$ 25,4 bilhões (+10%) e a industrialização R$ 12,5 bilhões (+15%). As operações de Cédula do Produto Rural (CPR) e com agroindústria somaram R$ 22 bilhões, queda de 9%.

    No que se refere aos segmentos, o crédito aos beneficiários foi concedido por meio de bancos públicos (55%), privados (24%), cooperativas de crédito (20%) e bancos de desenvolvimento e agências de fomento (1%).

    Na comparação com a safra anterior, as cooperativas tiveram um ganho de 2% e os bancos públicos de 1% na participação do volume total de contratações.

    BNDES

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar para os pequenos produtores rurais R$ 5,1 bilhões do Plano Safra 2021/2022. Os recursos estão disponíveis até o dia 30 de junho de 2022.

    De acordo com o presidente do banco, Gustavo Montezano, é a primeira vez que a instituição destina ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) R$ 1 a cada R$ 4 disponibilizados no Plano Safra.  

    Os recursos para o Pronaf tiveram expansão de 58%. Na safra anterior, os pequenos agricultores receberam R$ 3,3 bilhões. No total, serão oferecidos no Plano Safra vigente R$ 20 bilhões ao setor agropecuário nacional, sendo R$ 17,1 bilhões em recursos subvencionados pela União e cerca de R$ 3 bilhões em linha própria do BNDES, para acesso por produtores rurais, empresas e cooperativas do setor.

    O BNDES esclareceu que os recursos sujeitos à subvenção econômica serão aplicados por meio de dez programas, dos quais nove são destinados à agricultura empresarial, com total de R$ 11,9 bilhões, e taxas de juros entre 5,5% e 8,5% ao ano. Já o Pronaf terá taxas anuais entre 0,5% e 4,5%.

    Por meio do Programa BNDES Crédito Rural, que não conta com subvenção econômica e mantém recursos disponíveis durante todo o ano, os produtores deverão contar com cerca de R$ 3 bilhões em financiamento.

    Sem limite

    Gustavo Montezano disse que “o desejo é atender mais produtores rurais, reduzindo cada vez mais o tíquete médio”. 

    Na safra 2020/2021, o banco disponibilizou com recursos próprios R$ 3,6 bilhões. “Para este ano, não enxergamos qualquer tipo de limitação orçamentária para recursos próprios do banco”, disse.

    O crédito do BNDES é obtido por meio de uma rede de mais de 60 agentes financeiros credenciados, o que permite uma distribuição de recursos para todo o país, visando o atendimento de várias necessidades dos produtores, como aquisição de máquinas e equipamentos, projetos de investimento, custeio, investimentos em sustentabilidade, armazenagem, inovação e modernização de cooperativas.

    No Plano Safra 2020/2021, o BNDES aprovou financiamentos no valor de R$ 19,8 bilhões para mais de 60 mil beneficiários, sendo R$ 17 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 2,8 bilhões para a agricultura familiar.

    *Com Agência Brasil