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    Brasil atinge maior endividamento em 11 anos; especialista vê pandemia como vilã

    À CNN Rádio, assessor econômico da Fecomercio-SP, Guilherme Dietze, disse que a inflação pressiona principais gastos das famílias mais pobres

    Amanda Garcia, com produção da Bel Campos

     

    O endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior índice desde 2010, com 69,7%, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    Para o assessor econômico da Fecomercio-SP, Guilherme Dietze, em entrevista à CNN Rádio nesta segunda-feira (5), a “pandemia é um dos grandes motivos” para o aumento.

    Ele explica que existe o “endividamento saudável”: “Quando tem uma economia andando bem e com nível de emprego, o crédito acaba sendo combustível para o consumo, sempre precisa de crédito para complementar a renda, ele é essencial para aumentar o consumo.”

    Dietze explica que, em condições normais da economia, a oferta de mais crédito é “um ciclo normal do endividamento saudável, e isso faz com que a economia gire e as pessoas consigam pagar a dívida.”

    No entanto, o que se vê agora é que famílias não conseguem mais fechar a conta e recorrem a dívidas que não conseguem pagar. “Para complementar sua renda, buscam principalmente o cartão de crédito, que tem sido o vilão do endividamento, com as pessoas buscando alternativas, para complementar a renda.”

    Guilherme avalia que as famílias com renda mais baixa são as mais afetadas pela situação. “A inflação está muito alta nos principais gastos – alimentação, transporte e habitação. Além disso, houve redução do auxílio, que seria essencial para manter nível de consumo elevado, sem falar nas 14,8 milhões de pessoas desempregadas. É uma situação complicada.”