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    Brasil poderia atrair muito mais investimentos, diz economista do Goldman Sachs

    Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do banco de investimentos, diz que país teria mais investimentos de agenda de reformas tivesse avançado

    Fábrica da Audi no Paraná foi fechada em 2020
    Fábrica da Audi no Paraná foi fechada em 2020 Foto: Divulgação

    Filipe Serrano, do Estadão Conteúdo

    Na visão do economista-chefe para a América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, o crescimento dos investimentos poderia ser maior se a agenda de reformas tivesse avançado mais rapidamente e o governo tivesse se empenhado em promover reformas mais significativas. “O Brasil poderia estar atraindo muito mais investimento direto dado o potencial e a dimensão da economia”, diz Ramos na entrevista a seguir.

    Como avalia a alta do investimento estrangeiro neste ano? Com a retomada do crescimento e a melhora do resultado das empresas, é normal que elas decidam investir no negócio e que isso leve a uma melhora dos fluxos de investimento. Agora, a gente não pode se contentar com pouco. O Brasil poderia estar atraindo muito mais investimento, dado o potencial e a dimensão da economia. O Brasil, com uma situação fiscal saneada, com outro quadro político, poderia ter um nível de investimento extraordinário, mas não tem.

    O que impede uma entrada maior de recursos? É o risco fiscal. O Brasil ainda tem uma situação fiscal extremamente delicada. Os anos vão passando e as reformas fiscais não avançam. A gente começou a falar do ajuste fiscal quando a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Já estamos há sete anos consecutivos com déficit primário, sem perspectiva de que chegue a um superávit no curto prazo. Cada vez que há uma sobra no Orçamento, como agora, há mil e uma maneiras para justificar os gastos. E fazer ajuste que é bom, nada.

    Tem percebido um aumento do interesse pelo Brasil no exterior? O interesse caiu muito nos últimos dois anos. O grande investidor estrangeiro se desinteressou pelo país. O Brasil desencantou. Começou a haver um pouco mais de interesse neste ano. O próprio real está se valorizando com a subida dos juros, e a volta do crescimento. Aos trancos e barrancos, o processo de vacinação avança. Mas, em relação ao potencial do Brasil, ainda tem muita estrada pela frente.