Vale vai usar equipamentos não tripulados para remover rejeitos de barragens
Também serão abertos canais para melhorar o escoamento de água da estrutura, evitando o acúmulo no reservatório, principalmente durante o período chuvoso
A mineradora Vale informou nesta segunda-feira (5) que iniciará a realização de atividades com equipamentos não tripulados para a remoção de rejeitos das barragens B3/B4, da Mina de Mar Azul, em Nova Lima (MG), e Sul Superior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG).
Os equipamentos não tripulados serão operados a partir de uma central de controle fora das estruturas para garantir maior segurança na operação, visto que as barragens estão atualmente em nível 3 do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), o patamar que apresenta maiores riscos.
Segundo a Vale, as ações aprovadas por órgãos técnicos representam o avanço do Programa de Descaracterização da empresa e o comprometimento com medidas voltadas à segurança das estruturas e das pessoas.
“Ciente de que qualquer intervenção pode representar incrementos de riscos, a empresa já realizou diversas ações preventivas, entre as quais a retirada de todos os moradores das respectivas Zonas de Autossalvamento (ZAS) e a construção de estruturas de contenção a jusante nos dois territórios”, disse a empresa.
Na Sul Superior, a remoção terá início com a coleta de amostras, que tem o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as características do material disposto no reservatório, para aprimoramento da segurança e das técnicas que serão usadas durante o processo de descaracterização, além de subsidiar estudos para definir os níveis de controle de vibração.
Também serão abertos canais para melhorar o escoamento de água da estrutura, evitando o acúmulo no reservatório, principalmente durante o período chuvoso, afirmou a Vale.
Na barragem B3/B4, a remoção dos rejeitos será feita concomitantemente com a conclusão da retirada parcial de uma pilha de estéril no local, de onde já foram retirados 350 mil metros cúbicos de material desde novembro de 2020.
A Vale lembrou ainda que estruturas de contenção construídas a jusante das duas barragens estão concluídas e têm capacidade para conter os rejeitos “em um cenário em que haja essa necessidade”.
A estrutura para a barragem Sul Superior possui 36 metros de altura e 330 metros de comprimento. A estrutura para a barragem B3/B4 tem 33 metros de altura e 221 metros de comprimento.
Desde 2019, após o desastre de Brumadinho (MG), cinco estruturas da Vale foram completamente descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente, segundo a companhia.
A primeira foi a 8B, na mina de Águas Claras, em Nova Lima, ainda em 2019, seguida por três estruturas no Pará.
A descaracterização do Dique Rio do Peixe, em Itabira, também está concluída, e a próxima a ser completamente descaracterizada será a barragem Fernandinho, também em Nova Lima (MG).
A descaracterização das barragens a montante é uma obrigação legal de todas as mineradoras.