Investimentos e Bolsa Família mais robusto são prioridade, diz Funchal à CNN
Em entrevista à CNN, Bruno Funchal falou sobre como pretende trabalhar o Orçamento e as expectativas para a reforma tributária
Em entrevista à CNN na noite desta segunda-feira (5), o secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, disse que a prioridade do Orçamento será para aumentar o Bolsa Família, que volta assim que terminar o auxílio emergencial, e fazer investimentos.
“Essa discussão vai ser feita nos próximos meses, baseada no espaço orçamentário que temos, aplicado pelo teto no ano que vem. Agora, a gente vê também a demanda da sociedade em relação ao programa de renda. Então acho que esses dois [temas] sejam aqueles de maior impacto para a sociedade”, disse.
Bruno afirmou que a discussão sobre o Bolsa Família está relacionada ao auxílio emergencial, já que um programa começa assim que finaliza o outro. “A discussão acaba sendo casada com o auxílio emergencial, porque o Bolsa Família começa logo depois do fim do auxílio emergencial. Com a extensão, é o tempo para o Ministério da Cidadania finalizar a elaboração do modelo e, assim que terminar o auxílio, a gente entra direto no novo programa de renda, que vai ser divulgado e explicado pelo governo nos próximos meses”, adiantou.
Nesta segunda-feira, o governo anunciou que vai prorrogar o auxílio emergencial por mais três meses, até outubro. Anteriormente, o prazo seria encerrado no fim de julho. Durante o anúncio sobre a prorrogação, feito no fim da tarde desta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse o governo negocia uma atualização do valor do Bolsa Família para o ano que vem.
O secretário falou ainda sobre a reforma tributária, que teve a proposta para uma segunda etapa apresentada à Câmara dos Deputados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no final de junho. Para ele, a proposta não deve enfrentar dificuldades. “Acho que está claro os principais direcionamentos na questão de reduzir o imposto de renda de pessoa jurídica e pessoa física, tributar dividendo para fazer essa reforma, essa proposta, fiscalmente sustentável”. Bruno disse ainda que o ministério da Economia está totalmente disponível para o debate e melhorias do texto.
Segundo ele, a pasta está em um processo de “organização fiscal”, baseada no teto de gastos. “Temos visto ao longo do tempo todos os beneficios dessa regra do teto de gastos: juros mais baixos, maior credibilidade em relação à sustentabilidade das contas. Então a lógica é olhar para o espaço que existe no teto de gastos e fazer as escolhas ao longo do processo orçamentário. Então, é uma questão de escolha.”
O ritmo da vacinação impactando na retomada econômica também foi abordado. “Sem dúvida essa velocidade de vacinação é fundamental para a retomada”, mas ressaltou que “o mundo inteiro andou na direção de políticas fiscais expansionistas e isso está afetando os termos de troca e está afetando a inflação”.
Ainda falando sobre a inflação, Bruno afirmou que o aumento da bandeira tarifária vermelha vai impactar no índice oficial, mas que o Banco Central está atuante. “O Banco Central está diligente, está fazendo o necessário para inflação voltar a cair e botá-la dentro da meta, que é o que a gente espera até o final do ano.”
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(*Texto publicado por Ana Carolina Nunes)
