Setor de serviços cresce 1,2% em maio e volta a superar nível pré-pandemia
No ano, o setor acumula alta de 7,3% e nos últimos 12 meses registra queda de 2,2%
O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 1,2% em maio em relação a abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (13). Pela segunda vez neste ano, o setor supera o nível em que se encontrava antes da pandemia de Covid-19.
Com dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumulou alta de 2,5%, ainda insuficiente para recuperar as perdas de março, quando registrou queda de 3,4%. Mas, dá sinais de aquecimento na maior parte dos seus segmentos de atividades, disse o IBGE.
“O setor vinha mostrando boa recuperação, mas, em março, com um novo agravamento do número de casos de Covid-19, governadores e prefeitos de diversos locais do país voltaram a adotar medidas mais restritivas, afetando o funcionamento das empresas de serviços. Em abril e maio essas medidas começam a ser relaxadas e o setor volta a crescer”, afirma o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O setor ainda se encontra 11,3% abaixo do recorde, alcançado em novembro de 2014. No ano, o setor acumula alta de 7,3% e nos últimos 12 meses registra queda de 2,2%.
Transportes
Das cinco atividades investigadas, três tiveram crescimento no mês de maio. Um dos destaques foi o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,7%), que têm o segundo maior peso no índice geral.
“A expansão nos transportes tem muito a ver com a queda no preço das passagens aéreas, além do aumento da demanda por esse serviço. O transporte aéreo cresceu 60,7% em maio. Além disso, o segmento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio, que também compõe a atividade, continua em ascensão, tendo atingido em maio seu patamar mais alto na série histórica. Contribuem para esse resultado as empresas de logística, as administradoras de aeroportos e as concessionárias de rodovias”, disse Lobo.
Outro destaque foi o setor de serviços prestados às famílias (17,9%), que tiveram a maior alta dentre todas as atividades, embora tenham menor peso no índice.
“A atividade de serviços prestados às famílias, no entanto, continua muito distante do patamar pré-pandemia: 29,1% abaixo. A de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve alta de 1% em maio, também não se recuperou ainda, estando 2,7% abaixo do nível em que se encontrava em fevereiro de 2020”, ressalta Lobo.
23 unidades da federação apresentam expansão
Regionalmente, 23 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em maio na comparação com abril. Entre os locais que apontaram taxas positivas nesse mês, o impacto mais importante veio de São Paulo (2,5%), que é também a localidade que tem maior peso no índice geral.
Outros destaques positivos foram Bahia (8,6%), Minas Gerais (2,1%) e Distrito Federal (3,7%).
Por outro lado, Tocantins (-2,9%), Mato Grosso (-0,4%), Piauí (-1,9%) e Rondônia (-0,8%) registraram retrações.
Na comparação com maio de 2020, alta foi de 23%
No confronto com igual mês do ano anterior, o volume de serviços teve crescimento de 23% em maio de 2021, terceira taxa positiva seguida e a mais intensa da série histórica iniciada em janeiro de 2012. E o crescimento, nessa comparação, foi acompanhado por todas as atividades.
“Vale destacar, porém, que a magnitude de crescimento do volume de serviços no mês é explicada, sobretudo, pela baixa base de comparação, já que o setor de serviços havia recuado 19,3% em maio de 2020, pois ainda estavam vigentes muitas medidas sanitárias que reduziam a mobilidade da população e restringiam o funcionamento dos estabelecimentos considerados não essenciais”, diz Lobo.