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    Intervalo maior entre doses da Pfizer aumenta níveis de anticorpos, diz estudo

    Estudo pode ajudar a traçar estratégias de vacinação contra a variante Delta

    Alistair Smout, Reuters

    Um intervalo maior entre as duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 proporciona um nível maior de anticorpos do que um intervalo mais curto, concluiu um estudo britânico, embora haja uma queda brusca nos níveis de anticorpos após a primeira dose. 

    O estudo pode ajudar a traçar estratégias de vacinação contra a variante Delta, que reduz a eficácia de uma primeira dose da vacina contra a Covid-19, ainda que duas doses sejam eficientes na proteção. 

    “Para o intervalo mais longo de doses, os níveis de anticorpos neutralizantes contra a variante Delta foram induzidos de maneira fraca após uma única dose, e não se mantiveram durante o intervalo até a segunda dose”, apontaram os autores do estudo, que está sendo conduzido pela Universidade de Oxford. 

    “Após duas doses da vacina, os níveis de anticorpos neutralizantes eram duas vezes maiores após o intervalo mais longo de doses se comparado com o intervalo mais curto.”

    Os anticorpos neutralizantes são considerados importantes no papel de construir imunidade contra o coronavírus, mas não agem sozinhos, já que as células T também desempenham um papel. 

    O estudo descobriu que os níveis gerais de células T eram 1,6 vez menor com um intervalo longo se comparados com o cronograma mais curto de entre 3 a 4 semanas, mas que uma proporção mais alta era de células T “ajudantes”, que fortalecem a memória imunológica.

    Ilustração de vacina contra Covid-19 da Pfizer
    Ilustração de vacina contra Covid-19 da Pfizer
    Foto: Saulo Angelo/Futura Press/Estadão Conteúdo (2.dez.2020)

    Os autores enfatizaram que qualquer um dos intervalos produziu uma resposta forte de anticorpos e de células T no estudo feito com 503 profissionais de saúde. 

    As descobertas, divulgadas em um estudo pre-print, suportam a visão de que embora uma segunda dose seja necessária para garantir a proteção total contra a variante Delta, o atraso da dose pode providenciar imunidade mais duradoura, mesmo se isso significar uma proteção menor a curto prazo. 

    Em dezembro do ano passado, o Reino Unido estendeu o intervalo entre as doses de vacinas para 12 semanas, embora a Pfizer tenha alertado que não havia evidências que apoiassem a alteração do intervalo original proposto de três semanas.

    O Reino Unido hoje recomenda um intervalo de 8 semanas entre as duas doses da vacina para que mais pessoas fiquem protegidas da variante Delta mais rapidamente, enquanto ainda maximiza as respostas imunológicas no longo prazo.

    “Eu acho que 8 semanas é o ponto certo”, disse Susanna Dunachie, pesquisadora que co-liderou o estudo.