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    Esgoto do Rio de Janeiro tem aumento na carga viral do novo coronavírus 

    Já em Brasília, Curitiba e Belo Horizonte, a carga do SARS-CoV-2 apresentou redução, mas segue elevada 

    Ranking do Instituto Trata Brasil aponta que 46,85% da população brasileira não tem acesso a coleta de esgoto
    Ranking do Instituto Trata Brasil aponta que 46,85% da população brasileira não tem acesso a coleta de esgoto Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    *Mylena Guedes, da CNN, no Rio de Janeiro

    O Rio de Janeiro apresentou aumento da carga viral do SARS-CoV-2 no esgoto e registrou, por dia, 1,51 trilhão de cópias do novo coronavírus a cada 10 mil habitantes, de acordo a Rede de Monitoramento COVID Esgotos, projeto coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A pesquisa, divulgada na noite desta quarta-feira (07), monitorou dados dos esgotos de outras três capitais brasileiras e do Distrito Federal até o dia 22 de junho.

    Em entrevista à CNN, o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, Miguel Fernández, explica que a alta taxa do vírus no esgoto tem relação direta com a disseminação da doença. Nas amostras, é possível ter uma noção maior sobre os casos confirmados, isso porque também são detectados dejetos de pessoas assintomáticas. Fernández destaca que as internações por Covid-19 estão diminuindo por conta da vacinação, mas que não se pode relaxar até que toda a população esteja imunizada.   

    “Até que o processo de vacinação seja finalizado, é fundamental que as precauções sanitárias permaneçam, como o uso de máscaras e de álcool em gel. A alta concentração do vírus no esgoto mostra que ainda há muita contaminação”, afirma.  

    Em Belo Horizonte, Curitiba e Brasília houve redução na carga viral, no entanto, as taxas seguem elevadas. Na capital mineira, foram registrados 36,3 bilhões de cópias do vírus por dia e a capital paranaense apresentou 94 bilhões de cópias do SARS-CoV-2 no esgoto. Já as estações de tratamento no Distrito Federal tiveram 369 bilhões de cópias e, em Fortaleza, ainda não é possível saber a carga viral, pois o monitoramento na cidade foi iniciado recentemente.

    Nas oito estações de tratamento de esgoto monitoradas na Região Metropolitana do Rio, a carga viral é a quarta maior desde novembro do ano passado. Juntas, essas estações correspondem ao esgoto de pelo menos 40% da população.  

    No mesmo período, a concentração viral, que é dividida por volume, também permanece elevada no território fluminense, foram mais de 25 mil cópias do vírus para cada litro de esgoto. Dessa forma, todos os pontos de monitoramento estão em vermelho, maior nível possível, indicando que o SARS-CoV-2 foi detectado em grande quantidade.  

    Na estação de tratamento Alegria, na Zona Portuária da cidade, a situação é a mais alarmante. Em cada litro de esgoto, foram registradas 500 mil cópias do coronavírus, o maior patamar desde o início do monitoramento.  De acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), esta é uma das maiores estações de esgoto do Brasil e a obra mais importante do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara.  

    Levando em conta a detecção e quantidade do novo coronavírus nas amostras das regiões monitoradas, a Rede de Monitoramento COVID Esgotos ressalta a importância da manutenção das medidas sanitárias, intuito de reduzir a disseminação da Covid-19. 

    *Sob supervisão de Helena Vieira