Variante delta no Brasil não altera plano de imunização, diz diretor da SBIm
'Não é um caso que vai definir que há circulação sustentada', explicou o infectologista Renato Kfouri
O infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, afirmou que a presença da variante delta do coronavírus no Brasil – que já tem ao menos 12 casos confirmados – não muda em nada no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19.
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (7), o epidemiologista disse que ainda é necessário obter “mais dados e identificar mais casos”. “Não é um caso que vai definir que há circulação sustentada”, explicou.
Ele destaca que a presença da variante “não compromete” em nada o PNI: “Até porque os dados iniciais que temos com a variante delta em relação, por exemplo, às vacinas da Pfizer e AstraZeneca – ainda não temos dados Coronavac e Janssen – são positivos.
“Kfouri disse que o momento é de intensificar a imunização: “É bom que acelere o programa, imunize mais rapidamente, mas continue o distanciamento social. Quanto mais o vírus circula, maior a chance de aparecer uma outra variante que escape das vacinas.”
Sequenciamento genético
Renato Kfouri avalia que o Brasil faz pouco sequenciamento genético de casos positivos de Covid-19, mesmo por amostragem. “Sequenciamos aproximadamente 0,1% dos casos, o Reino Unido, por exemplo, testa 10%.
”Isso significa, segundo o diretor da SBIm, que “certamente temos dezenas [de casos da variante delta] no Brasil. A vigilância nossa, que é frágil, de número pequeno, detecta os casos com retardo enorme.”
Kfouri no entanto explicou que não necessariamente a variante delta será a dominante no Brasil, que hoje tem a P.1, originária do Amazonas, como a principal. “A importância maior da vigilância é detectar o protagonismo das cepas. Temos a concorrente que é a nossa P1, talvez a delta nem se crie, talvez não seja tão importante, temos que vigiar, não há outro caminho”, defendeu.