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    Nilópolis, no RJ, já revacinou 236 pessoas que receberam imunizante vencido

    Município da Baixada Fluminense reaplicou imunizante da AstraZeneca e ainda investiga o caso

    Thayana Araujo e Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    Cidade com cerca de 162 mil habitantes, na Baixada Fluminense, Nilópolis já revacinou 236 pessoas que receberam doses vencidas do imunizante da AstraZeneca contra a Covid-19. De acordo com o município, 226 pessoas foram revacinadas desde segunda-feira e cinco funcionários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fazem busca ativa para localizar os demais moradores que receberam doses do lote vencido, por telefone e visita domiciliar. 

    Segundo a Prefeitura de Nilópolis, 400 pessoas foram chamadas para conferência do cartão de vacinação, a partir do qual é checado o lote e da data de validade do imunizante recebido. O município afirma que o número de pessoas nessa situação ainda está em investigação por parte da SMS. 

    Coordenador da rede Corona-ômica BR, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o virologista Fernando Spilki entende que o procedimento de revacinação é correto e que a medida não oferece risco adicional às pessoas que receberam o imunizante vencido.

    “Os riscos da vacina vencida são muito baixos. Basicamente, significa apenas não ter a proteção esperada pelo imunizante. Em caso de dúvida, as pessoas devem ser vacinadas novamente. Os riscos são os mesmos da primeira vacinação, baixos, de efeitos adversos. E os municípios já estão treinados com relação ao manuseio e armazenamento do produto. Mas é lamentável que esse tipo de coisa aconteça, porque não há vacina sobrando”, afirma.

    Doutor em Saúde pública e Pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Diego Xavier concorda que a revacinação é um procedimento correto, mas entende que ele envolve certo grau de preciosismo. 

    “Nós sempre tomamos muito cuidado com os prazos de validade, porque eles são para evitar problemas. Quando ele seria de um ano, é normal jogá-los para baixo, por cuidado. Então, ficam seis meses. É necessário reforçar que quem tomou dose vencida não corre risco algum. Se o prazo fosse maior, o perigo seria simplesmente o de não estar imunizado”, explica.

    As vacinas vencidas aplicadas em Nilópolis, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), têm duas procedências: importadas da Índia, junto ao Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca, e fornecidas ao Brasil pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente.

    Seringas e agulhas para vacinação
    Seringas e agulhas para vacinação contra a Covid-19
    Foto: HVesna/Pixabay