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    Todas as vacinas previnem a Covid crônica, diz infectologista

    André Kalil disse à CNN que doença crônica afeta um terço dos infectados e pode ser desenvolvida mesmo em quem teve sintomas leves e não foi hospitalizado

    Produzido por Layane Serrano, da CNN São Paulo

    Em entrevista à CNN, o infectologista André Kalil, pesquisador da Universidade de Nebraska, destacou que um dos grandes benefícios garantidos por todas as vacinas aprovadas até agora é a capacidade de prevenir a Covid-19 crônica.

    “Todas as vacinas previnem algo que a gente chama de Covid crônica, prolongada. Mesmo que as pessoas tenham uma infecção leve, mesmo que você não precise ir ao hospital, você pode progredir para o que a gente chama de Covid crônica, ou seja, você vai ficar meses e meses cansado, com falta de ar, com fadiga, com dor muscular, dor de cabeça, às vezes problemas cognitivos –a pessoa não consegue pensar direito–, memória fraca.”

    De acordo com o médico, a Covid crônica afeta todas as idades, sexos e até pessoas sem comorbidades. “É algo muito, muito ruim e que está afetando em torno de 30%, 40% das pessoas que adquirem esta infecção. Então, este é outro benefício da vacina muito importante.”

    Ele ressalta que a única solução é a prevenção, já que “todo mundo que adquire Covid hoje está com o risco elevado de ter a Covid crônica”.

    De acordo com Kalil, a eficiência de qualquer vacina utilizada é bastante semelhante quando se observa a capacidade de prevenir casos moderados a graves.

    “Existe uma comunalidade, uma coisa muito comum entre as vacinas. Todas aprovadas têm uma eficácia similar do ponto de vista de prevenção da necessidade de se ir para o hospital e da prevenção de óbito. Em torno de 80% a 90%.”

    No entanto, ele chama a atenção para o fato de que nenhum imunizante desenvolvido até hoje garante proteção completa e absoluta, portanto, manter as medidas não farmacológicas até que a incidência da doença esteja controlada, é essencial. “Vão ter de 10% a 20% das pessoas que vão receber estas vacinas e ainda vão precisar de ir para o hospital com risco de óbito.”

    A respeito do risco de uma trombose, por exemplo, que foi verificada em poucos pacientes que tomaram a Janssen, nos Estados Unidos, e a AstraZeneca, na Europa, o infectologista diz que foram casos estudados extensivamente pela FDA (Food and Drug Administration) e pelo CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) e que representa um risco insignificante se comparado ao da doença.

    “A avaliação do CDC e do FDA foi a de que, na verdade, é um efeito colateral raríssimo calculado em 7 para 1 milhão. É bem mais raro se ter uma trombose pela vacina do que pela infecção pela Covid-19.”

    André Kalil, médico infectologista
    André Kalil, médico infectologista e pesquisador da Universidade de Nebraska (26-06-2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    Janssen

    O Brasil recebeu neste sábado (26), 942 mil doses da vacina da Janssen doadas pelos Estados Unidos. Na sexta, o país já tinha recebido 2,05 milhões do imunizante de dose única. André Kalil explicou que a grande vantagem do imunizante é garantir a proteção em dose única, no entanto, é muito semelhante às demais vacinas.

    “Do ponto de vista de eficácia e segurança, essa é uma vacina que, num estudo geral em vários países, mostrou uma eficácia total de 66%, incluindo casos leves, moderados e graves. E do ponto de vista de prevenção dos casos em que há necessidade de hospitalização e chance de óbito, houve uma prevenção de 85%”.