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    É preciso homogeneidade na recomendação da vacina para grávidas, diz SBIm

    À CNN, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, defende imunização e orienta que gestantes conversem com seus obstetras

    Produzido por Júlia Carvalho*, da CNN, em São Paulo

     

    Grávidas ou mães de recém-nascidos que receberam a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 já poderão tomar a segunda dose do imunizante. A vacinação do grupo estava parcialmente paralisada até que fosse identificado se a aplicação da dose tinha relação com a morte de uma mulher grávida no Rio de Janeiro.

    De acordo com a avaliação da vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, a falta de uma orientação unificada sobre o tema gera confusão e não traz segurança para as gestantes. 

    “A população não merece essa não-homogeneidade na recomendação. A gente já vive um momento complicado”, diz.

    Ballalai explica que a orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi postergar a aplicação da segunda dose para quem recebeu o imunizante da AstraZeneca. “Para aquela gestante que já tinha recebido uma dose da AstraZeneca, adiou-se a segunda dose para depois de 45 dias de prazo. Esta é a recomendação do programa.”

    No entanto, ela diz que alguns governos optaram pela intercambialidade dos imunizantes. “A grande questão é que a gente já vê municípios e estados adotando a vacinação mista, fazendo a segunda dose com a Pfizer”, apontou.

    A vice-presidente da SBIm considera, porém, que ainda não há dados sobre vacinação para mulheres grávidas. “A gente não tem dado para vacinação de gestante, nem com os esquemas tradicionais, nem com o esquema que o Reino Unido já adotou, de fazer a AstraZeneca e a Pfizer na sequência.”

    Isabella Ballalai recomenda, portanto, que as gestantes se informem com seus obstetras, mas ressalta que “a vacinação de gestantes não é uma vacinação de risco”.

    “A gente tem que ter a cautela de aguardar saber mais para vacinar a gestante, mas não existe nenhum risco teórico para nenhuma das vacinas. Eu acho que a gestante, se o estado e o município permitem, deve sim se vacinar.”

    “A conversa com o obstetra é o que vai permitir mais tranquilidade para a gestante nesse momento que a gente tem recomendações diferentes no país”, defende.

    Grávida é vacinada contra Covid-19 no Rio de Janeiro
    Grávida é vacinada contra Covid-19 no Rio de Janeiro
    Foto: Ricardo Moraes/Reuters (4.mai.2021)

    * Supervisionada por Elis Franco