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    Diferentemente de Musk, Richard Branson foca no turismo espacial, diz astrônomo

    À CNN, o astrônomo Cássio Barbosa disse que voo da Virgin Galatic apresenta maiores riscos por ter mais etapas

    Produzido por Júlia Carvalho*, da CNN, em São Paulo

     

    Às 11h30 deste domingo, partiu o primeiro voo da empresa Virgin Galactic levando turistas ao espaço. A tripulação é composta apenas por funcionários da companhia e pelo seu fundador, o bilionário Richard Branson. A viagem teve duração de 90 minutos. 

    Em entrevista à CNN, o astrônomo do Centro Universitário FEI, Cássio Barbosa, explica que o que difere este voo dos lançamentos da Space X, do Elon Musk, é que a Virgin Galactic é focada em um nicho específico: o turismo espacial. Apesar do alto custo e dos riscos inerentes à operação, há demanda de novos passageiros querendo viver essa experiência.

    “A brincadeira é ir bem alto e experimentar durante alguns minutos essa sensação de gravidade zero, de peso zero e de ficar flutuando como um astronauta”, resume o astrômomo.

    Ele detalha que a Space X está no ramo comercial, de órbita baixa e pode ser alugada pela NASA ou outras empresas particulares para colocar satélites em órbita. “Isso exige uma logística diferente. A órbita é maior, tem que alcançar 600 km, e o nicho do turismo espacial não vai chegar tão alto.”

    Na avaliação de Cássio Barbosa, a tecnologia da Virgin é mais perigosa. “Tem mais riscos do que a concorrência da Blue Origin, por exemplo, porque tem mais estágios, então, tem mais chances de algum problema acontecer.”

    O astrônomo conta, inclusive, sobre um acidente fatal no período de testes. “Houve um acidente sério em que faleceu o co-piloto em um dos testes, porque, na hora que desprendeu a aeronave, a pressão do ar para disparar o foguete foi tão grande que ele acabou rachando ao meio e foi realmente um atraso muito grande até descobrirem o que aconteceu”, diz.

    Diferentemente das demais, a inovação está no primeiro estágio. Uma estrutura lateral, como foguetes, está acoplada à aeronave e sobe até atingir a altitude máxima. Depois disso, o combustível cessa e ela é desprezada. “Neste caso, desprende a parte onde estão os tripulantes. Então, ele cai em queda livre, já dá para experimentar uma sensação de gravidade zero em poucos segundos, e depois parte para cima, verticalmente, em uma aceleração bem grande.”

    Richard Branson em evento de entrada da Virgin Galactic na NYSE, em 2019
    Richard Branson em evento de entrada da Virgin Galactic na NYSE, em 2019
    Foto: Drew Angerer/Getty Images

    * sob supervisão de Elis Franco

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