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    Operação da PF apura desvio de recursos públicos em contratos com empresa de TI

    São cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em 5 estados e no DF; acordos com Ministério da Integração Nacional, INSS e Funasa são avaliados em R$ 16 milhões

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo, Isabelle Saleme e Thayana Araújo, da CNN, no Rio de Janeiro, e Vianey Bentes, da CNN, em Brasília

    A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira (29) uma operação para apurar o desvio de recursos públicos por meio de contratações fraudulentas de uma empresa de Tecnologia da informação (TI).

    São cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

    No Rio de Janeiro, foram três mandados. Uma das equipes foi até um prédio residencial no Catete, zona sul da cidade. Os policiais  deixaram o local depois de duas horas, levando um malote. 

    A “Operação Bouchonée” – termo que significa ‘arrolhado’ em francês e é usado para se referir a vinhos com defeitos – investiga contratos firmados pelo Ministério da Integração Nacional, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que totalizaram R$ 16 milhões. A organização investigada também tentou firmar um contrato com a Embratur, mas não obteve êxito.

    Para lavar o dinheiro desviado dos órgãos públicos, os investigados se valeram de lojas de vinhos. Somente uma delas recebeu transferências de mais de R$ 3 milhões da empresa de TI investigada no período de 4 meses.

    A Justiça Federal também determinou o bloqueio do valor aproximado de R$ 22 milhões nas contas dos investigados, além do afastamento de servidores públicos de suas funções e proibição da empresa investigada de firmar novos contratos.

    “As provas coletadas no Inquérito Policial apontam que os investigados fraudaram inicialmente uma licitação no Ministério da Integração, que resultou em uma ata de registro de preços, instrumento que viabilizava que outros órgãos contratassem diretamente a empresa investigada, por meio de adesões a essa ata”, disse a PF, em nota.

    Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 50 anos de prisão.

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