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    Anistia Internacional tenta reunião com Castro há 130 dias sobre caso Marielle

    Com saída das promotoras, a troca do delegado e a denúncia à Justiça do vazamento ilegal de informação sigilosa, a investigação volta a ser alvo de desconfiança

    Iuri Corsini e Bruna Carvalho, da CNN, no Rio de Janeiro

    Com a saída das promotoras, a troca do delegado e a denúncia à Justiça do vazamento ilegal de informação sigilosa, a investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, voltou a ser alvo de desconfiança e foi, novamente, questionada pela Anistia Internacional. Representantes da ONG e do Instituto Marielle tentam, sem sucesso, há pelo menos 130 dias uma reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). 

    O último pedido foi enviado através de um ofício ao governo no final de maio para tentar marcar uma reunião virtual para o dia 14 de julho. Porém, segundo Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, “o governador segue em silêncio, apesar da obrigação que tem de transparência e prestação de contas”.

    Data para o encontro

    Em coletiva nesta terça-feira (13), Castro informou que vai anunciar uma data do encontro para os próximos dias. Perguntado pelos jornalistas sobre as supostas interferências externas, que envolveriam delegados, entre eles o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Castro se limitou a dizer que não se envolve em qualquer investigação. 

    “Eu vou repetir o que eu falo sempre: eu não me meto em investigação nenhuma. É um perfil meu o tempo todo. Eu não me meto em investigação, eu cobro só que elas sejam solucionadas. Se as promotoras tinham alguma coisa do dr. Allan, tem a Corregedoria da Polícia Civil e o Procurador-Geral de Justiça, o Dr. Luciano Matos, que poderia vir conversar comigo. Eu acho que elas deveriam ter usado as instâncias, que são elas irem formalmente ou à Corregedoria ou à alguma outra e fazer essa denúncia. Se não fizeram, não me cabe comentar, isso pra mim vira ilação e eu não comento ilação”, disse o governador.  

    Nesta semana, alegando interferências externas, Simone Sibilio e Letícia Emile, promotoras responsáveis pela força-tarefa criada para apurar as circunstâncias da morte da vereadora e do motorista dela, pediram exoneração. Ao mesmo tempo, o delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio foi denunciado pelo MP-RJ por vazamento ilegal de documento sigiloso referente ao caso. Ele teria sido recebido pelo então titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Moysés Santana, a pedido do secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski. 

    Pouco tempo depois, Turnowski resolveu trocar o comando da DHC e, no lugar de Moysés, nomeou Henrique Damasceno para assumir a investigação das mortes de Marielle e Anderson.

    Desde agosto de 2020 à frente do Executivo do estado do Rio de Janeiro, Castro segue sem ter recebido os membros da Anistia e do Instituto Marielle, para tratar sobre o caso. 

    Após a morte da vereadora, familiares e membros da Anistia e do Instituto já foram recebidos pelo ex-governador Wilson Witzel em duas ocasiões, e pelo general Richard, que era o secretário de Segurança durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, em 2018.

    Marielle e Anderson foram mortos em março de 2018, no Centro do Rio de Janeiro. Atualmente, a investigação tenta descobrir quem foram os mandantes do crime.

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