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    Estado do Rio de Janeiro lidera ranking de mortes em intervenções policiais

    Quase 80% das vítimas são pessoas pretas e pardas

    Operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro no Jacarezinho deixou ao menos 25 mortos
    Operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro no Jacarezinho deixou ao menos 25 mortos Foto: Reginaldo Pimenta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

    Beatriz Puente*, da CNN, no Rio de Janeiro

    O Rio de Janeiro é o estado com mais registros de mortes em intervenções policiais. A unidade federativa somou 775 vítimas em 2020. Quase 80% delas eram pretas ou pardas e mais da metade têm idades entre 15 e 24 anos. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).  

    Em todo o Brasil, foram contabilizados mais de três mil óbitos, e cerca de 20% deles aconteceram no estado fluminense. O relatório ressalta que apenas no primeiro semestre do ano passado, as mortes provocadas por intervenções policiais cresceram 6% em números absolutos no país. 

    Em junho de 2020, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou a suspensão temporária de operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19. Pela decisão, as operações só podem ser realizadas em casos excepcionais, e as polícias devem justificá-las por escrito em comunicação ao Ministério Público.  

    João Pedro foi uma dessas vítimas. O adolescente de 14 anos foi morto durante uma operação policial em uma favela de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em maio do ano passado. Ele foi baleado em casa, onde estava com outras cinco crianças, no Complexo do Salgueiro, quando a residência foi invadida por policiais civis e federais que participavam de uma operação contra traficante de drogas que atuam na região. 

    O Anuário também destacou que 61% das mortes em operações policiais aconteceram durante o dia, com maior frequência no horário da manhã. Nesse período, os moradores se deslocam para o trabalho e a escola, o que os deixa mais vulneráveis às operações com trocas de tiro.

    *sob supervisão de Helena Vieira