Aziz: Pressupomos que há o que descobrir quando pedem o direito de ficar calado
Técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Batista de Souza Medrades, depõe hoje na CPI amparada por um habeas corpus
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta terça-feira (13) que “está claro” para os brasileiros que houve “coisas erradas” na aquisição de imunizantes, e que aqueles que se socorrem da Justiça para ficar calado e não querer contribuir, faz com que os senadores pressuponham que “existe muito mais coisas para a gente descobrir”.
A CPI ouve hoje o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Batista de Souza Medrades, apontada por fazer a intermediação nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin.
Ela vai ao Senado amparada por um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que permite que ela possa ficar em silêncio perante os parlamentares.
Aziz disse ainda que sabe que Medrades fez media training — treinamento para prestar depoimento.
“Então os advogados estão a aconselhando para não responder. Mas fatos são fatos. Se ela não responder, os fatos serão declarados. Até porque a Covaxin foi a única vacina que o presidente [Jair Bolsonaro] fez questão de ligar para o primeiro-ministro da Índia pedindo agilidade para comprar. Só esse fato é muito grave”, avaliou o senador.
“O presidente podia ter feito com a Pfizer, AstraZeneca, Janssen e outras vacinas importantes para salvar vidas, e em dezembro do ano passado o Brasil podia ter tido 130 milhões de vacinas e não quis.”
Além disso, para Aziz, o presidente Bolsonaro é “muito ávido” em tentar desqualificar a CPI e atacar não só a ele, mas também os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL). “Mas os verdadeiros bandidos que estão no governo dele são os anjos dele nas falas.”