Rezende: Sem negativa de Bolsonaro, sentimento é de que Miranda faz estrago
No quadro Liberdade de Opinião, jornalista Sidney Rezende falou sobre o depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Pandemia na última sexta-feira
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (28), Sidney Rezende analisou o depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Pandemia na última sexta-feira. O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou à CNN que seu relato para a comissão foi completamente verdadeiro e que não teme que sua versão sobre os fatos seja contestada pelo presidente da República.
Miranda segue negando que tenha gravado a conversa com Jair Bolsonaro no dia 20 de março, quando, segundo ele, o presidente foi informado sobre as suspeitas de irregularidades na compra da vacina Covaxin e disse que quem estaria por trás dessas supostas irregularidades seria o líder do governo na Câmara, Ricardo Barro (PP-PR).
“[Luis Miranda] vai dando as informações a conta-gotas. O fato concreto é que o presidente da República não se pronunciou ainda afirmativamente nessa matéria, até disse que era problema de um zero a mais, mas me pareceu um pouco caindo de paraquedas”, disse Rezende.
“Como o presidente não mata a história, ele se mantendo em silêncio cria a expectativa de que, de fato, deve ter dito [o nome de Ricardo Barros]. O deputado Luis Miranda acaba se empoderando nessa matéria e fortalece que o presidente tinha já informações anteriores, suspeitas de irregularidades ou práticas pouco comuns.”
“A CPI vai convocar outros depoentes, vai avançar nessa matéria, pois sequer ainda ouvimos o sócio da Precisa Medicamentos, que fez esse meio-campo [para a compra da Covaxin]. E já se fala que Ricardo Barros estaria por trás da compra de outras vacinas. Isso tudo cria um sentimento de que o deputado Miranda está fazendo um estrago mesmo e a pior atitude quando você se defronta com isso é tentar esconder a verdade ou atacar quem o ataca”, concluiu Rezende.
O Liberdade de Opinião tem a participação de Sidney Rezende e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.