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    ‘Intermediadores’ de vacinas buscaram municípios, diz prefeito de Florianópolis

    Em entrevista à CNN, Gean Loureiro, também presidente do Conectar, disse que supostos revendedores apareciam com 'facilidades que não existem no mercado'

    Giovanna Galvani e Thiago Felix, da CNN, em São Paulo

    O prefeito da cidade de Florianópolis Gean Loureiro (DEM), presidente do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), afirmou em entrevista à CNN nesta quarta-feira (21) que o grupo recebeu ao menos 20 contatos de intermediários que buscavam vender vacinas contra a Covid-19, mas que nenhum contato foi concluído por não atender aos critérios  de confiabilidade aplicados pelo consórcio.

    “Nenhum [intermediário] apresentava a identificação do laboratório como representante oficial, a carta da embaixada do país onde funciona o laboratório. Diante disso, nas tentativas de conversar, de buscar uma carta de intenção, uma LOI [carta de intenções] por parte do consórcio, acabou não se concretizando nenhuma delas”, declarou Loureiro.

    Segundo o prefeito, as propostas chegavam aos gestores municipais com roupagem de “leilão” e com expectativas de entregas e prazos fora de realidade. “Muitos prefeitos receberam mensagem do WhatsApp, oferecimento de vacinas para serem entregues em 15 dias, uma série de facilidades que a gente sabe que não existe no mercado. Nós evitamos que tivesse esse leilão de intermediadores que, na prática, nao tinha nenhum tipo de representação oficial no Brasil”.

    O papel de possíveis intermediadores ou revendedores de vacinas tornou-se alvo de atenção principalmente após a revelação de possíveis pedidos de propina na aquisição da vacina Covaxin, da Índia, por parte de integrantes do Ministério da Saúde. Senadores da CPI da Pandemia já ouviram três funcionários da Precisa Medicamentos, suposta intermediadora no caso.

    Gean Loureiro afirmou que, pelo consórcio reunir 2600 municípios brasileiros que representam mais de 150 milhões de habitantes, a orientação geral era “evitar esse tipo de intermediação” e realizar contatos prévios com embaixadas e laboratórios antes de quaisquer negociações. 

    “O papel do consórcio é acelerar o Programa Nacional de Imunização. Nós buscamos fazer negociações de compra, mas estabelecemos uma série de critérios. No caso da vacina Sputnik V, da Rússia, foi definido que o único contato possível seria com o Fundo Soberado Russo. Como não teve aprovação da Anvisa na época, acabamos nem avançando, nem fechando o contrato”

    Vacinação em Florianópolis

    Questionado sobre o avanço da campanha de vacinação na capital catarinense, Gean Loureiro afirmou que a cidade já aplicou uma dose em 72% da população adulta e que a adesão por faixas etárias aos chamados pela vacinação teve adesão de 100%. “A população aderiu efetivamente”, afirmou.

    Florianópolis, que ficou 15 dias sem registrar nenhum óbito por Covid-19 — uma estatística infelizmente interrompida na noite de ontem, afirmou o prefeito –, deve apresentar “números mínimos” em relação a casos e internações no próximo mês, afirmou Loureiro. 

    Segundo ele, tal expectativa é resultado de “testagem em massa, monitoramento dos contaminados, fiscalização muito intensa” com destaque “ao comportamento da população”, que mesmo com a vacinação em andamento continua seguindo medidas de prevenção ao contágio, como o uso de máscaras e o distanciamento social. 

    Gean Loureiro (DEM), prefeito de Florianópolis
    Gean Loureiro (DEM), prefeito de Florianópolis e presidente do Consórcio Conectar
    Foto: CNN Brasil (4.jun.2021)