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    Governo vai descartar Covaxin mesmo se CGU avalizar contrato

    Embora ainda não seja alvo da CPI da Pandemia, a vacina russa Sputnik também será descartada

    Caio Junqueirada CNN

     

    O governo federal decidiu não incluir a Covaxin no Plano Nacional de Imunizações (PNI) ainda que as sindicâncias da Controladoria-Geral da União (CGU) apontem que não houve irregularidades no contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, representante da empresa indiana Bharat Biotech, fabricante do imunizante.

    O contrato é um dos principais focos da CPI da Pandemia e há receio, principalmente do Ministério da Saúde, de que, mesmo se a CGU não identificar nenhum problema no contrato, possa aparecer alguma irregularidade mais à frente. Embora ainda não seja alvo da CPI, a vacina russa Sputnik também será descartada.

    “Qual é a conveniência e oportunidade dessas vacinas? O que elas poderão fazer para acelerar a vacinação. Se a CGU disser que não tem mácula é porque não tem mácula. Mas precisamos analisar a conveniência e oportunidade. Elas não estão aprovadas pela Anvisa ainda e o presidente só quer vacinas aprovadas pela Anvisa”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à CNN.

    A justificativa oficial a ser utilizada pelo Palácio do Planalto e pela Saúde é que, com o avanço da vacinação no país, não será necessário utilizar nenhuma das duas. O governo começa a rever seu calendário e fazer as contas para que toda a população adulta seja vacinada até outubro e não mais em dezembro como se previa anteriormente.

    Para tanto, são considerados três fatores. Primeiro, avançar a capacidade diária de vacinação. Na melhor semana de vacinação, no meio de junho, foram aplicadas 7,7 milhões de doses. O governo pretende ampliar esse número a partir da antecipação de doses já contratadas. Da Coronavac, está em negociação a antecipação de 18,8 milhões de doses de setembro para agosto. Da Janssen, 3 milhões para os meses de agosto e setembro. Da Covax Facility, 8,7 milhões para agosto.  

    Terceiro, a redução do intervalo de aplicação da vacina da Pfizer, que hoje tem um intervalo de 84 dias entre a primeira e a segunda doses. O governo já estuda reduzir o intervalo da Pfizer para 21 dias, que é o prazo chamado “da bula”, ou seja, que a própria farmacêutica recomenda.

    frasco da Covaxin, vacina contra Covid-1
    Governo decidiu descartar a vacina após a série de polêmicas em torno de sua negociação
    Foto: Sanchit Khanna/Hindustan Times via Getty Images (8.jun.2021)