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    Monitoramento aponta aumento de 50% em alertas de desmatamento no Sudeste

    Minas Gerais é o estado com maior número de registros verificados a partir de imagens de satélite

    Stéfano Salles e Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    A região Sudeste do Brasil teve um aumento de 50% no número de alertas de desmatamento consolidados em 2020, em relação a 2019. Um nível acima da média nacional, que aumentou 30%.

    Dos 1668 municípios da região 387 municípios tiveram registro de desmatamento, ou seja, 23% das cidades. Os dados são do “Perfil do desmatamento na Região Sudeste em 2020”, relatório produzido pelo projeto MapBiomas Brasil e apresentado nesta sexta-feira (2).

    Minas Gerais foi o estado com a maior área total desmatada: 25.194,9 hectares, o equivalente a 96% do total desmatado no Sudeste. Das 10 cidades mais desmatadas em 2020, todas pertencem ao estado de Minas Gerais. Ao todo, foram validados 1.436 alertas na região. A grande maioria deles está em Minas Gerais, que responde por 1.272, o equivalente a 88,5%. O problema está concentrado no Norte do estado, uma área de cerrado.

    Os especialistas explicam que o alerta de desmatamento se refere à detecção da imagem de satélite identificando que houve nova supressão de vegetação. Muitas vezes o alerta é comunicado à fiscalização. Já o total de área desmatada só é verificado posteriormente.

    Imagens de um acampamento de desmatamento ilegal encontrado
    Imagens de um acampamento de desmatamento ilegal encontrado durante as diligências de investigação
    Foto: Divulgação/PF

    São Paulo teve perda de vegetação nativa de 406 hectares, um crescimento de 10% em relação a 2019 quando foram registrados 369,4 hectares, o que corresponde nem a 2% do desmatamento detectado na região.

    No Rio de Janeiro, houve aumento de 154% no desmatamento em 2020, quando foram devastados 317 hectares (1% do desmatamento da região). Em 2019 foram 125 hecatres.  Já no Espírito Santo o desmatamento corresponde a 241,7 hectares (1% do desmatamento da região), um aumento de 125% comparado a 2019 (107,3 ha).

    O levantamento é feito por meio de plataformas de georreferenciamento e por dados de organizações não governamentais de meio ambiente.

    O pesquisador Marcos Rosa, da Equipe Mata Atlântica, explica os dados: “Houve uma redução no tamanho médio dos desmatamentos, apenas do aumento de alertas. São áreas menores, por isso a queda. Ao todo, 92% do desmatamento no Brasil está no Cerrado e na Amazônia. A Mata Atlântica, por ter leis próprias, está em uma situação um pouco mais controlada”.

    Em termos de área de ocorrência deste desmatamento ilegal, a situação de Minas Gerais é ainda mais grave. O estado abriga 96,3% da área onde a prática denunciada pelo estudo na região. O documento aponta ainda que dez municípios respondem por mais de um quarto de todo o desmatamento registrado em 2020: 29%. Todos eles ficam em Minas Gerais.

    A maior área de desmatamento localizada em 2020 foi no município de Nova Buritizeira-MG, onde foi devastada uma superfície de 1.034 hectares.

    Ao todo, são quatro novos desmatamentos por dia na região. Destes, três são em Minas Gerais. O estado tem os dez municípios com os maiores índices de desmatamento. Embora oito deles tenham apresentado redução de percentuais da prática ilegal em relação ao ano anterior, dois registraram aumentos substanciais. No município de Chapada Gaúcha, o desmatamento aumentou 47% e, em Unaí, 104%.

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