Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio aprova cassação de Jairinho
Agora a decisão final terá que ser votada no plenário da Câmara, que deve se reunir na próxima quarta-feira (30)
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro votou, nesta segunda-feira (28), o relatório final que pede a perda de mandato do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido). Por unanimidade, 7 votos a 0, os parlamentares decidiram pela cassação de Jairinho, que agora se aproxima ainda mais de ser o primeiro vereador cassado pela Câmara do Rio.
Os sete vereadores seguiram o relator do caso, o vereador Luiz Carlos Ramos Filho (PMN), que emitiu parecer favorável à cassação. Agora, para que Jairinho perca de fato seu mandato, é necessário aprovação no plenário do Legislativo. Para isso, são precisos dois terços dos votos – 34 dos 50 votos. O parlamentar está preso desde o dia 8 de abril, acusado de tortura e do homicídio triplamente qualificado do enteado Henry Borel, de quatro anos.
Segundo o presidente do colegiado, Alexandre Izquierdo (DEM), o rito processual foi “cumprido fielmente” e a defesa teve amplo espaço tanto na representação quanto nas alegações finais. Izquierdo elogiou o “relatório muito bem-feito” do Conselho de Ética e disse ser muito difícil o plenário não votar favorável à cassação.
Para o relator, o trabalho foi feito com imparcialidade e seriedade. “É um tema delicado que envolve a morte do menino Henry. Nenhum vereador gostaria de estar aqui deliberando sobre isso”, ponderou Luiz Carlos Ramos.
Um dos vereadores que votaram favoráveis à cassação de Jairinho, Chico Alencar (PSOL) se disse orgulhoso em ver o Conselho funcionando com eficiência.
“O caso é escabroso e seria vergonhoso para a Câmara não se manifestar sobre ele com urgência. Eu me sinto triste (pelo teor do crime), mas ao mesmo tempo orgulhoso de ver o Conselho funcionando com essa eficiência”, comentou Alencar.
Os vereadores devem se reunir na próxima quarta-feira (30), por volta das 16h, para votar sobre a deliberação do Conselho de Ética de cassar o mandato parlamentar de Jairo Souza Santos Júnior.
A defesa de Jairinho alega inocência do ainda vereador e diz que houve “cerceamento de defesa inaceitável”. O advogado Berilo Martins da Silva Netto, que defende Jairinho, solicitou que fosse “inadmitida a representação, consequentemente seu parecer, determinando-se o seu imediato arquivamento, por ser essa a única medida de verdadeira justiça”.