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    “Não existe um padrão da vítima de relacionamento abusivo”, diz psicanalista pop

    A influenciadora que fala sobre amor e relacionamentos abusivos irá lançar um programa na próxima terça-feira (21)

    Paola Churchillcolaboração para a CNN , São Paulo

    No último final de semana, a apresentadora Ana Hickmann relatou ter sido agredida pelo marido, Alexandre Correa. A apresentadora chegou a abrir um boletim de ocorrência contra o marido, no qual ela informa que as agressões começaram após uma briga e que teve que ir para o hospital depois.

    O caso repercutiu nas redes sociais e levantou a questão sobre relacionamento abusivo nas redes sociais. E isso é mais comum do que se pensa. Segundo estudo publicado na revista científica The Lancet, uma em cada quatro mulheres sofreu violência doméstica ao longo da vida.

    Entrar em um relacionamento abusivo pode ocorrer com qualquer mulher, assim como aconteceu com Manuela Xavier. A psicanalista e influenciadora preicsou de força para sair do relacionamento que a aprisionava. “A gente que aquilo é amor, quando, na verdade, não é. Mas são coisas tão pequenas, às vezes, que a mulher nem percebe”, pontua. 

    Para quebrar o ciclo de viver com o agressor, ela ressaltou que é importante ter uma rede de apoio. “Ter amizades que te ajudam a sair dessa é essencial, por isso que comecei a falar de relacionamento abusivo nas minhas redes sociais para as mulheres perceberem que podem estar vivendo um relacionamento assim e como sair dele. Foi quando decidi falar disso nas minhas redes sociais e mostrar que a pessoa consegue sim sair dessa situação e não tem que se envergonhar”, explica em entrevista à CNN. 

    Não existe um padrão 

    O relacionamento abusivo pode se enquadrar em diversas características, como a influenciadora pontua em suas redes sociais e também no livro “De olhos abertos: uma história não contada sobre relacionamento abusivo”. “Pode ser aquela pessoa com o ‘pavio mais curto’, que começa a criticar suas roupas, controlar o seu dinheiro, aí vai passando para casos mais extremos como a agressão ou o feminicídio”, explica Xavier.

    E nas últimas semanas, vários casos de famosas que sofreram com relações abusivas vieram à tona, além de Ana Hickmann. Também foram divulgados os casos de abuso contra Patrícia Ramos e Gleici Damasceno. As duas últimas expuseram seus relacionamentos abusivos nas redes sociais, enquanto o caso da ex-modelo, o boletim de ocorrência foi divulgado pelo portal Leo Dias. 

    Manuela Xavier vai lançar o programa “E Você?” no Youtube / Lucas Siqueira

    “Algumas pessoas têm um pensamento errado achando que as pessoas vítimas de relacionamentos abusivos são mais ‘frágeis’. Mas, não existe um padrão da vítima de relacionamento abusiva. Você pode perceber que as famosas que falaram sobre o que viveram são mulheres empoderadas, que você nunca imaginaria que passariam por isso. Mas, esse machismo está enraizado na nossa sociedade, não é algo fácil de mudar”, completa. 

    A psicanalista reforça a importância de pessoas públicas pautarem o diálogo com temas como esse, que, apesar de serem comuns, não costumam estar no centro da conversa. “A coragem que a Gleici e a Patrícia tiveram de expor os casos dá coragem para outras mulheres a saírem desse ciclo abusivo. O caso da Ana Hickmann é um pouco mais delicado. Mas quando começamos a ver essas mulheres falando sobre os abusos, percebemos que isso pode acontecer com qualquer uma de nós. Por isso a importância de falar antes que parta para a violência física ou até a morte”, pontua. 

    No primeiro semestre de 2023, os casos de feminicídios no Brasil apresentaram um aumento de 2,6%, comparativamente ao mesmo período no ano anterior. O país registrou 722 mulheres vítimas de homicídio, em contraste com as 704 ocorrências nos primeiros seis meses de 2022. Paralelamente, os casos de estupro e estupro de vulnerável experimentaram um aumento significativo de 14,9%, totalizando 34 mil mulheres vítimas desse crime. Notavelmente, 70% dos casos de estupro envolveram meninas com até 13 anos como vítimas. Esses dados alarmantes foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na última segunda-feira (13).

    E você? 

    Para seus mais de 400 mil seguidores, Manu é um exemplo, mas ela sentia dentro dela que podia fazer mais. “Tinha uma vontade dentro de mim de ajudar mais, sabe? Eu queria que as conversas que tenho com as minhas amigas se tornasse uma roda de conversa entre as mulheres”, explica. 

    Foi dai que surgiu a ideia do programa “E Você?”, que estreia na próxima terça-feira (21), no Youtube, com a primeira convidada sendo a cantora Manu Gavassi. “Escolhi lançar direto no Youtube ao invés das plataformas de áudio pois eu queria que as pessoas sentissem que estivessem conversando junto, sabe? Um papo entre amigas, e a cada conversa termina com a pergunta ‘E você?’, daí que surgiu o nome do programa”, acrescenta. 

    “Chamei a deputada Erika Hilton, Camila Coutinho, Jade Picon e outros exemplos femininos fortes. Estou bem ansiosa para o lançamento, é um projeto pelo qual eu me dediquei muito”, finaliza. 

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