Girão: ‘CPI vai ter a oportunidade de decidir se quer rastrear corrupção’
À CNN, senador Eduardo Girão afirma que é obrigação da PGR investigar a denúncia dos irmãos Miranda, apesar de considerar o deputado Luis Miranda "controverso"
Esta semana a CPI da Pandemia entra em sua décima semana e irá ouvir na terça-feira (6) a servidora do ministério da Saúde, Regina Célia Oliveira, apontada pelo servidor Luis Ricardo Miranda, em oitiva na comissão, como a responsável por autorizar a compra da Covaxin, mesmo diante das divergências em relação ao contrato inicial.
Eduardo Girão diz que terça-feira será um dia decisivo para a CPI da Pandemia, porque além do depoimento da servidora citada pelos irmãos Miranda, será votado um requerimento enviado por ele, que visa investigar um suposto esquema de superfaturamento envolvendo o Consórcio do Nordeste.
“Dois requerimentos são chaves para descobrir o ‘calote da maconha’, que foram aqueles 300 respiradores comprados pelo Consórcio Nordeste e que até hoje não foram entregues ao povo”, diz.
Uma das depoentes que o seu requerimento visa convocar é Cristiana Prestes, dona de uma empresa que teria intermediado a compra dos respiradores e revelado o suposto esquema.
“Essa CPI vai ter a oportunidade na terça-feira de decidir se quer rastrear corrupção, como foi no Mensalão e Petrolão que prestaram grande serviço.”
A respeito da decisão da Procuradoria Geral da República e da autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em abrir inquérito para investigar suposta prevaricação de Jair Bolsonaro (sem partido), Girão diz considerar adequado por “acreditar nas instituições brasileiras.” “Eu acredito que é um caminho natural que a PGR investigue e precise investigar.”
No entanto, ele afirma considerar “controversa” a postura do deputado Luis Miranda (DEM), que ao lado de seu irmão, servidor-público, fez a denúncia sobre a compra da Covaxin e disse ter avisado o presidente do suposto esquema. “Inclusive, ele chegou essa semana no Senado [federal] a falar perto do ouvido do presidente [da CPI] Omar Aziz, depois conversou com o senador Renan Calheiros, invadiu a sessão. Tudo isso é um segredo, um mistério que está acontecendo”, diz.
Mas reitera: “independente de quem seja o denunciante, é obrigação da PGR fazer as investigações”. Girão diz que espera que o processo “ocorra de forma isenta, responsável, para buscar quem quer que seja o responsável pelo o que está acontecendo no Brasil.”