Segunda rodada do futebol feminino coloca rival forte e dilema para o Brasil
Duelo deste sábado (24) vale a liderança para brasileiras e holandesas, ainda que não pareça muito vantajoso ser primeiro lugar neste grupo F
Após golear a China na estreia olímpica, o futebol feminino do Brasil tem encontro marcado com a Holanda, neste sábado (24), em Miyagi, às 8h, valendo a liderança do Grupo F do torneio. É o duelo tecnicamente mais complicado da fase de grupos, o jogo a se lamentar no dia do sorteio, mas, também, um confronto que guarda dentro de si um curioso dilema.
Embora medir forças e vencer as atuais vice-campeãs do mundo tenha importância, ser o primeiro colocado do grupo F pode não ser exatamente uma boa notícia. Quem ocupar este lugar na tabela cruza com a segunda colocada do grupo G, que, após os resultados na primeira rodada, tem grandes chances de ser os Estados Unidos. Já quem ficar com a segunda vaga do grupo deve cruzar com Canadá ou Japão nas quartas.
Na teoria, e considerando o histórico olímpico contra o time americano, ganhar o grupo pode, então, se tornar um castigo. Seja como for, a preparação para a partida feita por Pia Sundhage tem um componente misterioso. Sem confirmar as mudanças táticas para enfrentar uma equipe mais forte que a China, a única certeza que Pia deu de véspera foi o uso de mais substituições. Na estreia, o Brasil só fez duas trocas ao longo do jogo, das cinco a que tem direito. Pia pensa em fôlego novo e, portanto, sabe que seu time vai precisar correr dobrado.
A seleção holandesa não pode usar a sua exuberante estreia como parâmetro. O 10×3 contra a Zâmbia, equipe de nível muito distante, chamou a atenção mais pelos 3 gols sofridos, dois deles nos minutos finais, do que pelos dez marcados. Embora estreante em olimpíadas, a Holanda vive um período sem igual na modalidade, e só lhe falta uma grande campanha no palco olímpico, já que, em 2017, ganhou a Euro, e em 2019 alcançou a final mundialista (derrota para os Estados Unidos, em Lyon, na França). Miedema, a mulher-gol do time laranja, já tem 4 gols na competição.
Na preparação para a olimpíada, Miedema marcou duas vezes na impactante goleada por 7×0 sobre a Noruega. O ataque holandês, costumeiramente faminto, contudo, não se resume ao faro de gol da craque do Arsenal. Martens, van de Sanden e Groenen devem jogar e causam estrago em qualquer formação adversária. No duelo contra a China, Pia não se ocupou de uma marcação mais forte, deixando Duda e Marta perto de Debinha e Bia no setor ofensivo, sem reforçar o setor de marcação onde Andressinha e Formiga trabalharam. Esse será um dos dilemas na escalação brasileira.
Só o que diferencia as duas equipes na tabela é o saldo de gols. A Holanda tem 7, com dez gols feitos, e o Brasil, 5.
A rodada
Além do outro jogo do grupo brasileiro, entre China e Zâmbia, outras quatro partidas acontecem. Às 4h30, Chile x Canadá iniciam os trabalhos, e o time sul-americano alimenta o sonho da classificação, já que as canadenses empataram na estreia e, embora ainda favoritas, mostraram fraquezas. Às 7h30, no jogo de fundo do grupo, Japão x Grã-Bretanha rivalizam em um duelo que serve de teste definitivo das forças das anfitriãs.
O Grupo G começa às 5h30, com um duelo de vencedoras: Austrália x Suécia jogam em busca da liderança. Às 8h30, o último apito inicial do dia põe para jogar os Estados Unidos e a Nova Zelândia. As americanas jogam já sabendo do resultado da partida anterior, e por isso podem estar ainda mais pressionadas do que já estão.
O torneio de futebol feminino classifica os dois melhores de cada grupo, e também os dois melhores terceiros colocados.