Futebol feminino: 2ª rodada nas Olimpíadas tem chuva de gols e zebra africana
Com 30 gols em 6 partidas, maior surpresa foi a reação zambiana – que empatou com a China; americanas, britânicas e suecas venceram, cada uma à sua maneira
A segunda rodada do futebol feminino olímpico, realizada na manhã deste sábado (24), teve muitos gols: 30 em 6 jogos, média de 5 gols por jogo, e determinou as primeiras classificadas da fase de grupos.
A jornada teve jogadora chinesa marcando quatro gols, e outra, zambiana, marcando três, além de histórias curiosas como a de Sam Kerr, que foi de heroína a vilã em poucos minutos.
Os resultados: Chile 1 x 2 Canadá; Japão 0 x 1 Grã-Bretanha; China 4 x 4 Zâmbia; Holanda 3 x 3 Brasil; Suécia 4 x 2 Austrália; Nova Zelândia 1 x 5 Estados Unidos.
Suécia se classifica em partida com duas viradas
Suecas e australianas, vencedoras de seus jogos na primeira rodada, colocaram fogo no gramado de Saitama sob olhares preocupados das atletas americanas, que jogariam em seguida e estavam interessadas no confronto.
A Suécia venceu por 4×2, mas foi do jeito mais difícil. É bem verdade que o primeiro tempo, que acabou 1×1, não foi espetacular e o show ficou reservado para o segundo tempo.
Sam Kerr, a icônica atacante da Austrália, fez os dois gols da virada australiana, aos 36 do primeiro e aos 3 do segundo tempo. O nome do jogo, até então, era o dela. A Suécia empatou aos 7, com Hurtig, e conseguiu virar novamente o placar, aos 18, com Rolfö.
Foi quando, aos 25 do segundo tempo, Sam Kerr teve a chance de empatar o jogo mais uma vez, cobrando pênalti apitado pela brasileira Edina Alves com ajuda do VAR.
Mas Lindahl caiu para seu lado esquerdo e defendeu a penalidade. Kerr, mesmo com seus dois gols, saiu como vilã da partida. Aos 37, com a Austrália toda no ataque, Blackstenius marcou o seu gol e definiu o placar final: vitória da Suécia, 4×2.
A virada e o sonho zambiano
China e Zâmbia empataram em 4×4, em Miyagi, pelo grupo do Brasil. Após perder por 10×3 na estreia, pouco se esperava de uma Zâmbia que, ainda por cima, saiu atrás logo nos primeiros minutos e perdia das chinesas por 3×1 perto do intervalo.
A virada, no entanto, veio, e aconteceu pelos pés de Barbra Banda, de 21 anos, artilheira do torneio até aqui. Ela, que marcou os 3 gols de seu time na goleada sofrida contra a Holanda, fez outros três hoje, comandando assim uma virada que se colocava como histórica até o VAR, aos 39 do segundo tempo, corrigir uma jogada e dar um pênalti para a China. Do pênalti veio o empate definitivo.
Shuan Wang, em noite iluminada, foi quem cobrou a penalidade. A atacante chinesa de 26 anos marcou os 4 gols de sua equipe e superou a rival zambiana. Quanto a Banda, que também lutou boxe na sua formação, é curioso notar que ela atua no Shanghai Shenglin, da China, que agora a conhece melhor do que nunca.
O 4×4 não ajuda ninguém, praticamente elimina a China, mas restaura com cores vivas a trajetória zambiana na competição. A má impressão causada na primeira rodada virou aplauso neste sábado (24). A Zâmbia de Barbra Banda agora enfrenta o Brasil na rodada final.
Outros jogos da rodada
O Chile, único time sul-americano nas Olimpíadas além do Brasil, lutou bastante, mas perdeu por 2×1 do canadá e está eliminado do torneio. Os dois gols da equipe norte-americana foram de Janine Beckie. O Canadá encontra a Grã-Bretanha na rodada decisiva, enquanto o Chile enfrenta as anfitriãs japonesas.
Já o time dos Estados Unidos, sob pressão, fez uma partida segura, sem sustos, e goleou a Nova Zelândia por 6×1, com gols de Lavelle, Horan, Erceg (contra), Press, Morgan e Bott (contra). Os três últimos gols, que transformaram a vitória em goleada, aconteceram depois dos 35 minutos do segundo tempo.
O time norte-americano está em terceiro no grupo, atrás da Austrália, sua próxima adversária na próxima terça (27).
Por fim, em uma rodada de tantos gols, o jogo com placar mais baixo foi também o de chances mais escassas.
A Grã-Bretanha venceu o Japão pelo placar mínimo, gol de White (o terceiro dela no torneio), na única conclusão britânica que acertou o gol. O time britânico, mesmo sem muito brilho, construiu a vitória fazendo um segundo tempo superior ao primeiro.